Setecidades Titulo 'Poupatempo da Saúde'
Santo André ganha de Serra ambulatório de especialidades

Governo construirá AME na cidade, que será o 'Poupatempo da Saúde' de Aidan Ravin e custará R$ 100 milhões

William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
13/03/2009 | 07:00
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O governador José Serra (PSDB) afirmou no seminário O ABC do Diálogo e do Desenvolvimento, em São Bernardo, que um dos 40 AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) a serem construídos no Estado de São Paulo será instalado em Santo André, onde se transformará, com adaptações, no ‘Poupatempo da Saúde'.

A construção dos 40 AMEs custará R$ 100 milhões ao governo do Estado, com manutenção anual de cerca de R$ 7,6 milhões cada um. A população dos municípios que receberão as unidades (como Santo André) terá à disposição médicos para o atendimento em pelo menos 30 especialidades, incluindo pediatria, cardiologia e até mesmo acupuntura. Os ambulatórios terão capacidade, cada um, para realizar 10 mil exames e 30 mil consultas mensalmente.

O ‘Poupatempo da Saúde' é uma promessa de campanha do prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), um local onde o cidadão terá a oportunidade de passar por consultas e realizar exames. A assessoria direta do prefeito informou que existe até mesmo intenção do governo estadual em adotar o nome, em substituição ao AME.

Apesar de a confirmação de uma nova unidade estadual para a região ainda em 2009, a informação é mais um balde de água fria nas pretensões de Mauá, que esperava o equipamento público para desafogar o Hospital Doutor Radamés Nardini.

As declarações de Serra durante o evento foram contraditórias em relação àquilo que a Secretaria de Estado da Saúde tem informado, quando questionada sobre a possível ajuda a Mauá. O governador afirmou que, independentemente da crise econômica mundial, os prefeitos podem procurar deputados que representam o Grande ABC para pedir que sugiram emendas. "Já liberamos cerca de R$ 20 milhões para 94 pedidos da região."

Em reportagem publicada no domingo pelo Diário, a secretaria informou que não teria como auxiliar Mauá, fornecendo R$ 1,45 milhão da emenda proposta pelo deputado estadual Donisete Braga (PT) para reformas pontuais no Nardini, que apresenta problemas estruturais e alto risco de contaminação segundo relatório do Cremesp (Conselho Regional de Medicina). O motivo da negativa seria a "crise mundial".

Afinado com Serra, o presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, José Auricchio Júnior (PTB), disse que não entraria no mérito da decisão que, acredita, "tenha sido adotada por critérios técnicos".

Sobre uma solução para o Nardini, disse que é, sim, um tema regional. "É algo que já está encaminhado. Vale lembrar que seria interessante também aumentar o teto de repasses do governo federal."

A cada negativa do Estado, fica mais evidente que a crise no atendimento do setor de Saúde em Mauá tem sido tratada no âmbito político, como querela entre a administração municipal, petista, e a estadual, tucana, que se recusa a oferecer auxílio.

Questionada ontem sobre quais os critérios adotados para a construção do AME em Santo André, a Secretaria de Estado da Saúde informou, de forma lacônica, que "vai fazer exatamente o que o governador José Serra determinar".

O secretário de Saúde de Mauá, Paulo Eugenio Pereira, disse que lamenta a decisão e que continuará pleiteando recursos para a implantação do AME. Afirmou também que a administração tentará sensibilizar as autoridades governamentais e que acredita na liberação de recursos para a reforma pontual do Nardini. 




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