A intenção foi das melhores, mas os resultados nem tanto. Foi essa a percepção dos industriais acerca das medidas do governo estadual anunciadas nesta sexta-feira após reunião do governador José Serra com o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

"Surpreendentemente, o governo tem se mostrado muito disposto a conversar, Mas as medidas não são as melhores nem suficientes", comenta Mauro Miaguti, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo.

Além da disponibilização de duas linhas de crédito no valor total de R$ 1,2 bilhão para o setor de máquinas e autopeças, o governo ofereceu mais 60 dias de prazo para o pagamento do ICMS, reivindicação bastante aclamada pelo empresariado. Os benefícios do programa Nota Fiscal Paulista também foram ampliados.

"Não estamos reivindicando esmolas. Tem de ser um pacto entr sociedade, empresas e governos", lembra do diretor do Ciesp de São Bernardo. Para Miaguti, o maior dos problemas é a falta de confiança do consumidor, que desiste de ir às compras. "É importante que consigamos aumentar as vendas, sem isso, não há medida que resolva", afirma.

Cláudio Musumeci, diretor-adjunto do Ciesp de São Caetano tem 82 anos e é empresário desde os 18. "Nunca vi uma situação tão complicada no caixa da minha empresa", lamenta.

No entanto Musumeci comemora os 60 dias de prazo para pagamento do ICMS. "Fico contente. Com menos que isso, a gente fica sem capital de giro e não consegue reinvestir", afirma. "Também não podemos pedir muito do governo, afinal, eles também tem seus compromissos a pagar."