Setecidades Titulo Risco
Petroquímica registra
queda de um balão por dia

Levantamento realizado pelo complexo industrial indica
alta de 42% no número de ocorrências entre 2010 e 2012

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
04/03/2013 | 07:00
Compartilhar notícia


Olhos atentos em direção ao céu e canhões de água preparados. Esses são instrumentos de trabalho imprescindíveis para funcionários das 14 empresas que compõem a região do Pólo Petroquímico de Capuava. O local registra número crescente de queda de balões nos últimos três anos. A média era de um a cada quatro dias. Em janeiro de 2013, o espaço observou presença de um artefato por dia.

Levantamento realizado pelo complexo industrial indica alta de 42% no número de ocorrências entre 2010 e 2012. Foram registradas quedas de 55 balões há três anos, contra 66 em 2011 e 95 em 2012. A surpresa, no entanto, é com o número anotado em janeiro, quando 25 artefatos caíram naquela região, número 92% maior do que o visto no mesmo período do ano passado.

O pico de incidência de queda ocorre nos meses de junho e julho, tanto em decorrência das festas juninas quanto das férias escolares. Em 2012, 42% das ocorrências foram registradas nesses dois meses - 13 e 27 casos, respectivamente.

Desde 2011, o Pólo Petroquímico conta com grupo responsável por esse tipo de monitoramento e, com isso, evitar acidentes. "Assim que um é visto no céu começa trabalho de acompanhamento de sua trajetória e a tentativa de apagá-lo antes que ele atinja o solo", destaca o coordenador do PAM (Plano de Auxílio Mútuo) e especialista em emergência da Braskem, Luiz Cláudio Benevides Sarno.

De acordo com Sarno, a preocupação se justifica devido ao uso de produtos inflamáveis pelas empresas do complexo. O contato desses materiais com os artefatos - que possuem papel e combustível - pode ocasionar incêndios e até explosões de grandes proporções. Em caso de queda de balões acesos, por exemplo, a brigada de incêndio é acionada para contenção imediata do fogo.

CONSCIENTIZAÇÃO
Apesar do preparo das equipes que compõem o núcleo de defesa, a melhor forma de evitar os transtornos é a conscientização, diz o coordenador. Para isso, é feito trabalho junto à comunidade por meio de palestras e atividades educativas para reforçar os perigos de se soltar balão, ato que é considerado crime ambiental, de acordo com a lei 9.065, de 1998. "O importante é que esse trabalho seja feito com crianças para que essa cultura se instale na sociedade", observa.

Conforme explica o tenente do 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros Vagner Martins da Silva, a punição para quem for flagrado na fabricação, venda, transporte e soltura desses equipamentos é de até três anos de prisão. Apesar de proibido, a impunidade pode incentivar a prática do crime, na visão de Sarno.

Dados dos bombeiros da região indicam sete ocorrências de queda de balões e fogos de artifício em todo o Grande ABC em 2011. A corporação não levantou os dados de 2012.

Além da proibição penal, Silva faz questão de enfatizar os riscos oferecidos pelos artefatos. Há preocupação quanto à vida, tanto de quem solta balões, quanto da comunidade em geral, além do meio ambiente, tendo em vista a possibilidade de incêndios em áreas verdes. Outro risco é a possibilidade de o brinquedo atingir uma aeronave e provocar acidente aéreo. Casas, comércios, empresas e indústrias também estão na lista de alvos fáceis e passíveis de problemas.

A população é convidada a ajudar a combater a esse crime mediante denúncias por meio dos telefones 190 (Polícia Militar), 193 (Corpo de Bombeiros) e nas delegacias da região.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;