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Primeiro papel principal
Por Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
10/02/2008 | 07:08
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As lembranças da época da adolescência, vivida entre os anos de 1995 e 1997 no Grande ABC, são marcantes para a atriz Regiane Alves, de Santo André, que fará sua primeira protagonista na próxima novela das sete da Globo, Beleza Pura, que estréia no próximo dia 18. A beldade despontou profissionalmente quando tinha 13 anos, ao participar em Santo André do Concurso Rainha da Primavera. Ela obteve o segundo lugar no evento de beleza, mas produtores perceberam seu potencial e resolveram divulgá-la na Capital. A partir daí, começou a trabalhar como modelo.

Mas a jovem não deixou de lado os estudos. A andreense cursou o colégio no Sesi e a faculdade de Comunicação Social na Universidade Imes, de São Caetano. Antes de terminar a graduação, em 1998, Regiane mudou-se para São Paulo, após ter recebido convite para trabalhar no SBT.

A atriz recorda com satisfação os lugares que gostava de freqüentar na região. “Meus pais sempre me levavam para brincar no Parque Regional da Criança e no Parque Celso Daniel. Morei por muitos anos no Jardim Santo Alberto, próximo ao Parque das Nações, mas a situação de violência fez com que eu escolhesse o Rio como novo endereço e minha família a cidade de São José do Rio Preto”, disse.

Deste mês até setembro, todas as atenções da atriz estarão voltadas para seu papel na nova trama. Regiane não esconde que deseja se livrar da imagem de má que ganhou por causa de suas últimas personagens. Apesar de enfatizar que se diverte com o papel de mulheres ruins – “adoro uma vilã” – ela comemora o convite para fazer uma mocinha. Logo ela, que já interpretou figuras desprezíveis que deram o que falar, como a Dóris de Mulheres Apaixonadas ou a Alice, de Páginas da Vida. A atriz não vê a hora de Beleza Pura entrar no ar para conquistar a simpatia do público nas ruas. “É a chance de me redimir e espero que as pessoas amem a Joana”, torce.

Na trama, Regiane interpretará uma médica dermatologista batalhadora. A personagem busca a mãe que a abandonou ainda pequena e vive um romance de gato e rato com o personagem Guilherme, de Edson Celulari, que deve render momentos engraçados na novela. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

Você ficou marcada pelas vilãs que fez na TV. A Joana, de Beleza Pura, é uma oportunidade de desfazer essa imagem?
REGIANE ALVES – Espero que seja o meu momento de redenção. Tem gente que até hoje pensa que eu sou malvada como a Dóris. É bom ter a possibilidade de explorar novas emoções e estou agarrando essa chance em Beleza Pura com todas as minhas forças. Todo ator busca fazer papéis diferentes na carreira e ninguém quer ficar marcado por um único tipo de figura.

O que mais te atraiu nesse personagem?
REGIANE – O que acho interessante é que ela não é uma mocinha totalmente boazinha. Talvez seja até por isso que fui escolhida (risos). Ela está longe de ser uma vilã, mas batalha pelo que quer, luta pelos seus sonhos e se tiver de brigar ou xingar, xinga mesmo. E acho que é uma figura que pode ter identificação com o público.

Por quê?
REGIANE – Porque é uma pessoa que rala, tem de batalhar para conseguir o que quer. Ela tem uma história de vida consistente. É órfã, teve de se dedicar muito aos estudos para conseguir fazer uma faculdade e mais tarde arrumar um bom emprego. Apesar de ser médica, não tem vida fácil.

Tem receio de não alcançar repercussão como mocinha?
REGIANE – A gente nunca sabe o que pode acontecer. Às vezes questiono que posso não me dar bem com esse tipo de personagem e depois só vão me escalar como vilã. Estou nessa expectativa. Mas acho que estou muito bem cercada nesse trabalho. O Sílvio de Abreu, supervisor de texto da trama, acompanhou várias gravações e nos deu muitos toques.

O título de protagonista, pesa?
REGIANE – A responsabilidade é maior. Mas agora a carga de trabalho é muito maior e há dias em que me sinto muito cansada. Mas sei que mesmo assim tenho de dominar a personagem e levá-la em frente. O assédio da imprensa também é grande e, nesta reta final, a ansiedade aumenta. Mas a maior diferença mesmo é a quantidade de texto para decorar. São umas 80 páginas por semana. Tentei ver muitos filmes para me preparar e entrar nesse clima de comédia romântica.

Quais filmes você viu?
REGIANE – O Silvio de Abreu me disse para ver trabalhos da Doris Day e cheguei a falar para ele que isso era uma sacanagem porque ela tem um carisma incomparável (risos). Também vi vários longas com a Meg Ryan. Como a Joana é uma dermatologista, visitei por um tempo uma clínica e conversei bastante com a minha própria dermatologista. No geral, esses profissionais são vaidosos, detalhistas.

Você já fez várias novelas do experiente Manoel Carlos e agora embarca em um folhetim da estreante Andréa Maltarolli. Também é a primeira vez do Papinha (Rogério Gomes) como diretor geral. Acha que as cobranças por resultados podem ser maiores?
REGIANE – É a minha primeira protagonista na Globo em meio a esse monte de estréias. Todo mundo está com frio na barriga, mas de mãos dadas para fazer um trabalho legal. Acredito que justamente por ter tanta gente ‘nova’ na novela – Maria Clara Gueiros, Monica Martelli – a vontade de que esse projeto seja bem-sucedido é ainda maior. O texto é muito bom, uma situação leva a outra, recebo um capítulo e já quero ver o que vai acontecer no dia seguinte. Sem contar que o elenco é pequeno, com apenas 30 pessoas. O entrosamento é mais fácil, para quem estava acostumada a elenco de mais de 100 pessoas, como eu.

Agora, em meio a esses poucos 30 atores, você é um dos nomes principais. Vê esse convite como um reconhecimento de seu trabalho?
REGIANE – Sim. Estou em um momento especial, parece que o que faltava na minha carreira televisiva era fazer uma personagem como a Joana. É uma virada para mim, que faço 30 anos em 2008. Estou há oito anos na Globo, mas para conseguir esse papel foi muito suado. Minha carreira tem dado certo porque persisti muito. (Gabriela Germano, da TV Press)




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