Dois meses depois de ser anunciado como "embaixador de Mauá em Brasília" pelo prefeito Donisete Braga (PT), o ex-vice-prefeito Márcio Chaves (PT) ainda tem futuro incerto. O desfecho dessa novela deve ocorrer em reunião na próxima semana, para definir aliança na administração petista.

Apesar de Donisete ter projetado o papel do correligionário, durante o anúncio dos secretários, em dezembro, Márcio afirma que ainda não há acordo quanto ao seu papel no Paço, limitando-se a dizer que a colaboração com o governo ocorrerá de um jeito ou de outro. "A ideia é eu contribuir para projetos estratégicos para o governo (municipal). Mas ainda estamos dialogando", despistou.

Na cabeça do prefeito, o colega atuaria como assessor especial na futura Secretaria de Relações Institucionais, a ser criada na reforma administrativa, Pasta que será encabeçada pelo atual chefe de Gabinete, Rômulo Fernandes (PT) - projeto passará por votação na Câmara na terça-feira. Inclusive, Márcio teria um escritório em Brasília, com intuito de construir canal direto com o governo federal.

A novela sobre a participação do ex-vice-prefeito à administração Donisete remete a outro episódio em 2011, durante a administração do ex-prefeito Oswaldo Dias (PT), na qual Márcio foi anunciado como superintendente da Arsae (Agência Reguladora de Serviços de Água e Esgoto). O mistério sobre a ida do petista durou dois meses, até comunicar que, em razão de compromissos profissionais, não voltaria ao Paço.

Indagado sobre as semelhanças dos casos, Márcio adotou o tom categórico ao dizer que "uma coisa não tem nada a ver com outra". Segundo o petista, a realidade atual é bem diferente, sendo capaz de acumular as atividades privadas e públicas. "Naquele momento, não havia expectativa de retorno (à Prefeitura), pois tinha assinado uma série de contratos (de consultoria) e não poderia rompê-los", externou.