Acessório exclusivo do verão, há quem use óculos escuros no inverno para mascarar uma das doenças que chegam com a estação: a conjuntivite. O problema é uma inflamação da conjuntiva - membrana que reveste o branco dos olhos - e que pode causar alterações na córnea e nas pálpebras.

O oftalmologista Ricardo Sampaio, de Santo André, explica que o tempo seco e poluído pode aumentar a incidência de conjuntivite alérgica, além das infecciosas, que se propagam com facilidade em ambientes fechados.

O médico diz que a doença pode ter quatro tipos: viral, bacteriana, irritante ou alérgica. A contaminação do olho por bactérias ou vírus pode ser transmitida pelas mãos, toalhas, cosméticos (principalmente maquiagem para os olhos) ou uso prolongado de lentes de contato.

Os casos de irritação são causados por poluição do ar, fumaça de cigarro, sabão, sabonetes, sprays, maquiagens, cloro, produtos de limpeza etc. E a conjuntivite alérgica se manifesta devido a hipersensibilidade de agentes como poluição, pólen, fumaça de cigarro, entre outros.

Sinais - Os principais sintomas da doença são olhos vermelhos, secreção, lacrimejamento, inchaço nas pálpebras, sensação de sujeira na vista, coceira, fotofobia (sensibilidade à luz), alterações visuais e até febre. Os sinais da viral são mais acentuados na primeira semana, e em alguns casos podem durar até um mês. Devido à facilidade de transmissão, é comum o comprometimento dos dois olhos.

Embora as conjuntivites possam ter diversos agentes causadores, somente as infecciosas (virais e bacterianas) são contagiosas. As virais são as que mais causam epidemias. A boa notícia é que, dependendo da causa, o tratamento sintomático pode ser feito com procedimentos simples. O indicado é lavar os olhos com água fria e fervida ou utilizar medicações (colírios antibióticos, antialérgicos ou lubrificantes) para acabar com a infecção, aliviar os sintomas da alergia e diminuir o desconforto.

No entanto, o mais indicado é procurar um oftalmologista para o diagnóstico do tipo de conjuntivite e medicação adequada.

Dicas
- Lave as mãos com freqüência e não coloque-as nos olhos.

- Evite coçar a vista para diminuir a irritação da área.

- Não se exponha aos agentes irritantes (fumaça) ou alérgenos (pólen).

- Não empreste ou use maquiagem de outras pessoas.

- Compartilhar toalhas de rosto e travesseiros facilita o contágio.

- Medicamentos sem prescrição médica podem piorar a doença.

- Evite contato com indivíduos contaminados.