Cultura & Lazer Titulo Reedição
Cecília Meireles e Manuel Bandeira nas prateleiras
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06/12/2011 | 07:00
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Praticamente esgotada nas livrarias, a obra de Cecília Meireles deve ganhar novo fôlego a partir de janeiro. No início do próximo ano, alguns de seus mais importantes títulos, como Romanceiro da Inconfidência e Ou Isto ou Aquilo, começam a ser reeditados. Os lançamentos marcam a transferência da escritora - até então publicada pela Nova Fronteira - para a Global Editora.

Além de Cecília, a Global também acaba de assumir os direitos de publicação de outros dois importantes autores brasileiros: Manuel Bandeira e Orígenes Lessa.

Neto de Cecília e agente responsável também pela negociação do espólio de Bandeira e Lessa, Alexandre Carlos Teixeira anunciou ontem os novos planos. Em um prazo de 40 meses, a editora pretende reeditar 38 volumes de prosa e poesia de Cecília Meireles.

Está prevista ainda a edição de novos títulos voltados ao público infantil e jovem. Coisas a serem garimpadas no enorme baú que ela deixou", diz Luiz Alves Junior, diretor da casa editorial. Prevê-se ainda a publicação em novas plataformas, como e-books e audiobooks. Além da encomenda de biografias dos três escritores. "Estamos em busca dos autores", comentou Alves Junior.

De Manuel Bandeira, devem sair 23 reedições e 13 novos títulos. Até abril, os clássicos ‘Estrela da Manhã, Estrela da Tarde' e ‘Itinerário de Pasárgada' estarão disponíveis, todos lançados em volumes independentes e não no formato da coletânea ‘Estrela Da Vida Inteira', que a José Olympio e, posteriormente, a Nova Fronteira popularizaram. "Iremos desmembrar e retomar os livros originais, tais como foram concebidos", disse o diretor editorial Jeferson L. Alves.

Além de poeta, Bandeira foi exímio cronista. Belos - e esgotados - livros de crônicas, entre eles ‘Andorinha, Andorinha' e ‘Flauta de Papel', também devem voltar às prateleiras.

Menos conhecido entre os três, Orígenes Lessa terá 34 obras reeditadas - além de sete novidades no forno. Neste caso, porém, muitos dos relançamentos terão um sabor de quase ineditismo. ê o caso de ‘Omelete em Bombaim', seleta de contos que estava fora de catálogo há quase 40 anos.

Outras editoras estavam na disputa para incluir Cecília Meireles, Bandeira e Orígenes Lessa em sua cartela de escritores. De acordo com Alexandre Carlos Teixeira, Companhia das Letras, Objetiva e Globo constavam do páreo e teriam sido preteridas pelo plano editorial apresentado pela Global. "Eles são uma editora voltada à literatura brasileira e teriam condições de dar mais atenção à edição das três obras", diz ele. "A Companhia das Letras fez uma proposta muito boa, mas achei que eles já estavam sobrecarregados com as reedições de nomes como Jorge Amado e Drummond."

Há mais de dois anos, Alexandre rompeu o contrato anterior com a Nova Fronteira e buscava nova casa editorial para a poetisa. Problemas com os detentores dos direitos, porém, adiaram a decisão. "Agora as coisas estão se resolvendo. E o mais importante dessa história toda não são os herdeiros, mas a obra da minha avó", diz ele.




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