Economia Titulo Custo
Indústria está pagando
mais caro por energia

Medida do governo pode reparar alta determinada desde
o dia 4 de julho, contudo a economia não será completa

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
17/09/2012 | 06:23
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A decisão anunciada na semana passada pelo governo federal sobre a diminuição da tarifa de energia elétrica em até 28% para as indústrias, a partir de janeiro, é vista com desconfiança pelos empresários da região, já que em alguns casos a economia proporcionada apenas vai reparar o encarecimento da conta de luz determinado pela Eletropaulo (que atende a Capital e mais 23 cidades) desde 4 de julho.

No horário de pico (das 17h30 às 20h30), o custo da eletricidade consumida baixou 34%, porém, no restante do dia, subiu 13%. A equação, que beneficia as residências, acaba prejudicando as empresas, que têm muitas máquinas, caldeiras e fornos que ficam ligados durante o dia todo.

No caso da indústria de transformação Resiplastic, de Mauá, onde o consumo médio de energia é de R$ 50 mil por mês, houve acréscimo de 4% na conta de luz, o que significou R$ 2.500 a mais. Isso porque a cobrança veio fracionada, já que não pegou o mês cheio. "Vamos esperar como será implementada essa medida do governo. Pode ser que lá na frente diminua a nossa conta", explica o gerente geral Márcio Pavan. A companhia transforma o polietileno (resina plástica) em tanques de combustível para máquinas agrícolas e tratores e, portanto, demanda uso intensivo de eletricidade.

De acordo com a consultoria Chiarini, especializada no assunto, entre 10% e 20% do custo para fabricar os itens em indústrias químicas (que neste caso mais se assemelham ao processo de produção da firma) corresponde ao gasto com energia elétrica. Na Resiplastic, gira em torno de 10%, mas o ideal, segundo Pavan, é que caísse pela metade. "Nossa margem de lucro não é tão alta assim. E, conforme aumenta o valor da energia, diminui nossa competitividade."

No caso das indústrias do setor automobilístico, que inclui as autopeças, de 4% a 6% do custo refere-se a gastos com eletricidade. Umas das que mais desembolsam com a conta de luz são as siderúrgicas, em que esse percentual chega a 30%.

Segundo Eduardo Chiarini, gerente de negócios da consultoria, com base nessas informações é possível notar que a medida do governo deve dar uma mãozinha para as indústrias. "Entretanto, por si só não ela não é suficiente. Para serem mais competitivas, faltam ainda elementos como inovação, educação e sustentabilidade."

Para o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Santo André, Emanuel Teixeira, a redução será maior para as grandes empresas que fazem uso intensivo da eletricidade. "No Brasil, isso quer dizer que 2% das indústrias, que consomem 40% da energia elétrica total consumida, serão beneficiadas."

O diretor do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva, acredita que o barateamento da tarifa vai ajudar, porém, alega que ainda não está muito claro de onde os recursos vão sair. "Alguém vai pagar a conta, só não sabemos quem."

Mais otimista, o diretor do Ciesp de São Bernardo, Hitoshi Yodo, acredita que a medida será positiva para a maior parte dos empresários da região, por conta do alto volume de fábricas, que concentram muitas máquinas. "Com certeza vai trazer economia

 




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