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Chácara Baronesa terá
cerca apenas em 2013

Sem proteção, parte da área verde localizada em Sto.André
foi transformada em cracolândia por dependentes químicos

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
15/08/2012 | 07:00
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A Chácara Baronesa, localizada na divisa de Santo André e São Bernardo, receberá grades de proteção apenas no ano que vem. Sem barreiras físicas, parte do parque continuará sendo invadida por usuários de crack. A área, de 340 mil metros quadrados, é de responsabilidade da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

Nas últimas semanas, o Estado reforçou a segurança na entrada principal do parque, com a colocação de portão e câmeras de vigilância. No entanto, os dependentes químicos não têm qualquer tipo de dificuldade para invadir a área pelos fundos. A equipe do Diário esteve no local ontem e encontrou cerca de 30 pessoas consumindo drogas livremente.

O coordenador de Parques Urbanos da secretaria, Joaquim Hornink Filho, explica que será lançada licitação para compra de materiais para o cercamento, além da contratação de mais equipes de segurança. A contratação deve ser efetivada em 2013. A previsão é de criar 15 pontos fixos para vigilantes, que também farão rondas com motos.

Para resolver o problema, no entanto, Hornink Filho cobra participação das prefeituras. "Tem de existir trabalho social em cima dos usuários. Não adianta só expulsar, tem de dar destino a eles. Senão, além do risco de eles voltarem, estaremos criando problema para a vizinhança."

Desde que a coordenadoria assumiu o parque, há dois meses, também foi intensificado o trabalho de limpeza no local. A ideia é fazer com que a chácara possa ser frequentada pelo público já no ano que vem (leia abaixo).

DRAMA
Cerca de 70 dependentes químicos moram no interior do parque, dormindo em barracas improvisadas na mata ou mesmo largados pelo chão. As histórias são parecidas: gente que deixou tudo para trás para viver em função do crack. É o caso de uma jovem de 22 anos. Ela, que diz ter concluído o Ensino Médio e trabalhado em uma padaria, conheceu a droga aos 20. "Fumei por curiosidade, para ver como era." Desde então, nunca mais parou. A moça, de traços indígenas, vive no parque há um ano e, desde então, não vê a família, que mora em São Bernardo. Para bancar o vício, comete furtos. Sem perspectiva de mudança, a moça sabe para onde o crack a levará. "O cachimbo é pior que um revólver. Não me imagino no futuro. Acho que vou morrer disso."


Estado planeja criar equoterapia em antigo haras

Um dos projetos para tornar a Chácara Baronesa atraente para a população é a implantação de equoterapia na área que antigamente era ocupada por haras. O objetivo da terapia é proporcionar estímulos cerebrais por meio do contato com cavalos.

"Temos esse projeto muito bem-sucedido no Parque da Água Branca, em São Paulo. Fizemos levantamento e vimos que a procura por esse tipo de tratamento é muito alta em Santo André. Então, acho que daria certo", explica o coordenador de Parques Urbanos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Joaquim Hornink Filho. Ele espera que o serviço comece já no ano que vem. Para isso, o Estado buscará parcerias com associações que façam esse tipo de trabalho.




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