Política Titulo Nova oitiva
À CPI, Hélio relata ocultação de verba do parque na Craisa

Em nova oitiva, superintendente alega que não houve prestação de contas da festa junina de 2012

Fábio Martins
do Diário do Grande ABC
15/02/2014 | 07:11
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Orlando Filho/DGABC


 Em outro depoimento à CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) ontem, o superintendente da autarquia, Hélio Tomaz Rocha (PT), relatou eventual fraude no edital do parque de diversões elaborado para a festa junina em 2012. Questionado pelos vereadores, o petista afirmou que houve chamamento público com valor mínimo de R$ 40 mil para a área, mas inexiste qualquer documento que complemente esses dados. “Não sei quem (empresa) ganhou (o processo) nem quanto pagou e nem para quem. Não há esse registro.”

À ocasião, o gabinete do governo Aidan Ravin (PSB) abriu um edital para que terceirizada fizesse a seleção das barracas e a infraestrutura do evento. Contratou a empresa Logos do Brasil para prestação do serviço. Ao mesmo tempo, a Craisa lançou segundo edital para o parque, sem explicar as razões de dividir o processo. “Não diria irregular, mas é estranho. A administração alega que foi edital único. Se é único, teria competência para tudo. Por que o parque ficou de fora? Não ficou claro e não há informações.”

O suposto sumiço dos recursos arrecadados com a festa fará parte de processo impetrado pela atual direção para acionar o Ministério Público. Hélio justificou que aguarda finalização de relatório de conformidade, que está sendo elaborado pela FGV (Fundação Getulio Vargas). A superintendência contratou a entidade para, entre outras atividades, servir de prova para entregar aos órgãos de controle. O documento tem prazo para ficar pronto na segunda quinzena de março.

Ao ser indagado sobre as denúncias, Aidan alegou que não tem conhecimento de detalhes das autarquias, pois os “superintendentes tinham autonomia de trabalho”. “Minha única orientação foi seguir a legislação e fazer tudo conforme a lei”, frisou o ex-prefeito, por nota. Na época, Laerte Aparecido Satolo era quem comandava a Craisa. O socialista já argumentou, anteriormente, que o edital do gabinete incluía todos os itens da festividade.

Essa foi a segunda oitiva concedida por Hélio. Os parlamentares não descartam convidá-lo novamente, porém, não há data prevista. A bancada de oposição tinha interesse que o petista retornasse já na sexta-feira, mas houve votação e a base governista venceu a queda de braço, poupando que o dirigente compareça à Câmara pela terceira semana consecutiva. Diante disso, a opção foi por chamar outro depoente: um permissionário que ganhou a concessão de seis boxes no fim da gestão Aidan.

 

TENSÃO

Perto do encerramento dos trabalhos, o clima esquentou no plenarinho. Vereadores oposicionistas foram brecados de continuar os questionamentos sob a alegação governista de exagero em perguntas semelhantes ao superintendente. A ala contrária considera que a liderança da CPI quer investigar apenas a administração anterior.




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