Política Titulo Fortuna
Milionários visam
Câmaras da região

A corrida pelas 142 cadeiras na região registra candidatos em
situações privilegiadas; patrimônio de tucano chega a R$ 7 mi

Mark Ribeiro
do Diário do Grande ABC
16/07/2012 | 07:00
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Com mandato, tentando entrar para a política ou retornar ao poder. Os três perfis são representados por milionários do Grande ABC que em 7 de outubro tentarão se eleger para as sete Câmaras da região. A corrida pelas 142 cadeiras registra candidatos em situações financeiras privilegiadas. Os dados constam nas declarações de bens enviadas pelos próprios postulantes à Justiça Eleitoral.

Em meio às informações transmitidas pelos 2.726 candidatos, destaque para Beto Vidoski (PSDB), em São Caetano. O empresário, 35 anos, que tentará vencer a sua primeira eleição (concorreu em 2008), declarou patrimônio de R$ 7 milhões, entre 13 imóveis, ações, cadernetas de poupança e sua gráfica.

"Quero entrar para a política para poder ampliar minha ajuda às pessoas", diz Vidoski. Ele é genro do secretário de Segurança de São Caetano, o ex-vereador Moacyr Rodrigues (PSDB), seu principal cabo eleitoral. "Minha declaração de bens mostra que não preciso de cargo na política para me manter financeiramente. Mas, para me sentir realizado, preciso ajudar mais pessoas", reitera, sobre a atuação filantrópica.

O contraponto ao tucano está em Mauá. Recordista de mandatos na Câmara (foi vereador por sete legislaturas, ou 32 anos), Admir Jacomussi (PRP) quer retornar à vereança após hiato de oito anos, período em que se dedicou a transferir seu capital eleitoral para o filho, o agora candidato a prefeito Atila Jacomussi (PPS). O político veterano, 64 anos, declarou patrimônio de R$ 5,9 milhões, entre 12 imóveis, carros e cadernetas de poupança.

"Me preocupei em encaminhar os valores aproximados aos praticados no mercado. Não escondi nada da Justiça. Muitos não fazem isso", observa o republicano-progressista. Sobre o patrimônio elevado, considera: "Não foi da noite para o dia que me estabeleci". Jacomussi diz querer retornar à vereança para "resgatar a independência da Câmara", da qual o seu filho faz parte.

Vidoski e Jacomussi atingiram valores superiores aos registrados pelos 37 candidatos a prefeito. Entre eles, Regina Maura Zetone (PTB), de São Caetano, é a campeã, com R$ 4,4 milhões, conforme o publicado pelo Diário dia 10.

Bom Vivant - O tucano e o republicano-progressista não são os únicos candidatos a vereador da região que possuem vidas financeiras tranquilas. Desconhecido do eleitorado, o médico Marcos Fontes (PSD) busca vaga na Câmara de São Caetano com patrimônio elevado: R$ 4 milhões.

Em Santo André, os milionários vereadores petebistas Israel Zekcer e Ailton Lima buscarão a reeleição. O médico e marido da vice-prefeita Dinah Zekcer, que já foi deputado estadual e secretário estadual de Esportes, declarou conjunto de bens que atinge R$ 3,5 milhões. Já Ailton, empresário do ramo gráfico, ostenta R$ 3,2 milhões.

Ex-vereador, ex-deputado estadual e ex-secretário de Gestão Ambiental de São Bernardo, Giba Marson (PTB), com R$ 3 milhões em bens, tentará retornar ao Legislativo. Concorrerá, entre outros, com Marcos Lula (PT), filho do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que declarou R$ 591 mil.

O cientista político Rui Tavares Maluf alerta que "alguns querem entrar para a política por razões nobres e outros nem tanto", mas que "é impossível fazer juízo de valor sobre os candidatos" com base apenas na declaração de bens. "O bom de tudo isso é o acesso à informação, que permite ao eleitor saber se há algum indício de problema. Mas apenas isso não basta para fazer um pré-julgamento."




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