Enfim, o Barcelona - do argentino Messi - decidiu recuar na histórica postura de não permitir patrocinadores no tradicional uniforme do time. Agora, a Qatar Foudation irá estampar o logo da empresa na camisa pelo prazo de cinco anos. O acordo oficializado ontem prevê US$ 375 milhões (cerca de R$ 643 milhões) - ou R$ 75 milhões a cada temporada nos cofres da agremiação.

A milionária importância transforma o Barca no clube que detém a receita mais elevada em contratos do gênero. Supera o arquirrival Real Madrid e o inglês Manchester United - cada um recebe cerca de R$ 52 milhões/ano.

A Qatar Foundation e a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) passam a dividir os espaços. No entanto, a segunda opção (humanitária) não envolve dinheiro. "O volume é recorde nas receitas dos clubes de futebol e torna-se ainda mais valioso pelo atual contexto econômico", comentou Javier Faus, vice-presidente financeiro do Barcelona. "Esse acordo nos põe como a marca líder do futebol mundial, indiscutivelmente", acrescentou o dirigente, ao comemorar o desfecho das pacientes negociações.

A grave situação financeira do Barcelona estimulou o acerto das partes. As dívidas atuais oscilam entre 420 e 430 milhões de euros (cerca de R$ 948 milhões). Segundo ele, a Qatar Foundation acredita mais do que nunca que será mais conceituada nos meios educacionais e esportivos do planeta.

A Qatar Foundation não tem fins lucrativos e se define como uma entidade dedicada à educação e à investigação científica. Criada em 1995 pelo xeque Hamad Bin Khalifa Al Thani, emir do Catar, ela concentra a Cidade da Educação - que reúne diversas universidades para diferentes ramos do ensino. Há, também, o parque de ciência e tecnologia. "O objetivo é preparar as pessoas do Catar e região para conhecer as oportunidades de um mundo em constante mudança, além de transformar o país no líder de investigação e educação inovadora", esclarece o site oficial da Foundation.