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Tony Blair exorta israelenses e palestinos a retomar o diálogo
Da AFP
10/09/2006 | 15:34
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O primeiro-ministro britânico Tony Blair incentivou neste fim de semana israelenses e palestinos a retomar o diálogo, paralisado desde a vitória do movimento radical islâmico Hamas nas eleições legislativas de janeiro nos territórios palestinos.

Nesse sentido, ele defendeu, ao término de um encontro em Ramallah com o presidente palestino, Mahmud Abbas, a idéia de um governo de união nacional palestino, considerando que a comunidade internacional "deverá negociar" com tal governo.

"Se tal governo for formado, penso que a comunidade internacional deverá negociar com ele, e penso que chegou a hora de tentar mobilizar a comunidade internacional para levar adiante o processo de paz", declarou Blair.

Abbas, por sua vez, disse que as diversas formações palestinas estavam trabalhando para formar tal governo nos próximos dias, após dois meses de negociações infrutíferas.

No entanto, o Hamas se recusa a ceder às exigências da comunidade internacional e do movimento Fatah de Abbas, principalmente no que se refere à repartição das pastas.

"Estamos fazendo todos os esforços possíveis para acabar com o bloqueio imposto ao povo palestino, mas isso não se fará em detrimento dos princípios e dos direitos dos palestinos. O Hamas rejeita as condições do Quarteto, pois são condições injustas", afirmou o porta-voz do movimento, Sami Abu Zuhri.

O Quarteto (União Européia, Estados Unidos, Rússia e ONU) exige que o Hamas reconheça Israel e os acordos assinados com o Estado hebreu e renuncie à violência para retomar o financiamento da Autoridade Palestina, suspendo em março depois da posse do governo formado pelo Hamas.

Abbas devia se deslocar a Gaza no fim da tarde deste domingo para continuar as discussões sobre a formação deste governo de união nacional, visto como a porta de saída da crise política e financeira que assola os palestinos.

Ele se declarou disposto a se encontrar "sem condições" com o premier israelense Ehud Olmert.

Olmert já havia afirmado sábado que estava pronto para um encontro "sem condições", durante uma entrevista coletiva conjunta com Blair em Jerusalém.

Ele declarou neste domingo diante do governo que "é preciso abrir um novo horizonte diplomático com os palestinos, e não apenas no âmbito humanitário".

"Temos de chegar a um acordo que permita conduzir rapidamente um processo diplomático", frisou.

"É muito importante estudar o que podemos fazer para revitalizar esse processo", afirmou Blair na noite de sábado.

"Temos um objetivo: dois estados vivendo lado a lado, e temos um caminho para alcançá-lo: o Mapa da Paz. É preciso encontrar um jeito de voltar a este plano", acrescentou o premier britânico.

Este plano, lançado em 2003 pelo Quarteto e nunca aplicado, previa a criação de um Estado palestino independente em 2005 e exigia o desarmamento dos grupos armados palestinos.

Antes de viajar para o Líbano, Blair também se encontrou com as famílias de dois soldados israelenses seqüestrados em 12 de julho pelo Hezbollah xiita libanês, e a de outro militar capturado em 25 de junho por grupos armados palestinos, entre os quais o Hamas.

O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, acusou Blair em um artigo publicado no sábado pelo jornal britânico The Guardian de ter causado um "sofrimento inimaginável" aos palestinos.




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