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Inspetores da AIEA chegam a Coréia do Norte na terça-feira
Por Da AFP
25/06/2007 | 15:03
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O subdiretor da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Olli Heinonen, chegou nesta segunda-feira a Pequim e, na terça-feira, liderará uma delegação de inspetores para verificar o processo de fechamento do complexo nuclear de Yongbyon (norte), na Coréia do Norte.

"Devemos fazer todo o necessário para que o reator seja fechado em Yongbyon. O complexo deve ser fechado e lacrado", declarou Heinonen, no aeroporto de Pequim.

A visita que uma equipe de inspetores da AIEA fará à Coréia do Norte para verificar o fechamento do principal complexo nuclear norte-coreano é o começo de um processo que se anuncia longo, já que o país comunista hesita em renunciar ao programa atômico.

O banco russo anunciou hoje que o convite dos inspetores foi possível graças ao desbloqueio dos fundos norte-coreanos, que estavam congelados em um banco de Macau devido às acusações americanas de lavagem de dinheiro.

Nesta segunda-feira, Pyongyang saudou a solução da crise dos fundos congelados e prometeu mais uma vez aplicar o acordo multilateral de 13 de fevereiro, por meio do qual a Coréia do Norte se comprometeu a desativar suas instalações nucleares.

"Vamos iniciar a aplicação do acordo de 13 de fevereiro, conforme o princípio de que 'toda ação leva a uma reação'", indicou um porta-voz do ministério norte-coreano das Relações Exteriores, citado pela agência oficial KCNA.

Ressalvas - No entanto, muitos duvidam destas promessas. A viagem dos inspetores da ONU "não representa mais que o começo de um longo processo, resta saber o que sairá disso", advertiu Takehiko Yamamoto, especialista em segurança internacional da Universidade Waseda de Tóquio.

A Casa Branca também se mostrou cautelosa ao saudar o compromisso da Coréia do Norte.

Segundo o porta-voz da Casa Branca Tony Fratto "são os primeiros passos positivos"."Sabemos que os norte-coreanos confirmaram que o dinheiro havia sido transferido, é um bom sinal, mas não nos precipitaremos (...) Agora passaremos à etapa seguinte", acrescentou.

O fechamento de Yongbyon, principal instalação nuclear norte-coreana, é a primeira etapa do acordo assinado pela Coréia do Norte no dia 13 de fevereiro, em Pequim, com os outros cinco países negociadores (Coréia do Sul, China, Rússia, Estados Unidos e Japão) por meio do qual se comprometeu a desmantelar seu arsenal nuclear.

Segundo o acordo, o fechamento de Yongbyon será seguido de seu desmantelamento completo e da desativação de todos os programas nucleares, mas para isso "Pyongyang exigirá um preço elevado já que agora conta com bombas atômicas e de plutônio", considerou Paik Haksoon, do Instituto Sejong de Seul.

A visita da AIEA e a chegada imprevista na semana passada do negociador americano, Christopher Hill, constituem "fortes sinais de que Pyongyang está disposto a respeitar a parte do acordo que o corresponde, caso os outros países façam o mesmo", observou Paik. Ele também ressaltou que "um trabalho muito longo e complexo aguarda os negociadores".

A etapa de fechamento e a instalação de lacres em Yongbyon avançará "rapidamente", acredita Paik, lembrando que o Norte espera que seja cumprida, em contrapartida, a promessa feita do envio de 50 mil toneladas de combustível pesado.

Pyongyang deve receber depois mais 900 mil toneladas adicionais no momento em que seja atestado o desmantelamento da todos os programas militares.

Segundo especialistas o acordo de 13 de fevereiro possui ainda muitos pontos que não estão muito bem definidos e não aborda a questão do plutônio de que dispõe o regime norte-coreano, que permitiria fabricar seis bombas.

Desde dezembro de 2002, quando foram expulsos pela Coréia do Norte, os inspetores da AIEA não visitavam este país.




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