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Cientistas vão rastrear reservas de peixes e mamíferos marinhos
Da AFP
28/06/2006 | 17:46
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Cientistas canadenses lançaram um projeto para rastrear as reservas mundiais de peixes e mamíferos marinhos utilizando etiquetas eletrônicas similares às dos códigos de barras.

O projeto, chamado Rede de Rastreamento Oceânico ("Ocean Tracking Network"), visa a coletar dados sobre as migrações de animais marítimos através de microchips com tamanhos variando de um amendoim a uma pilha, incrustados em salmões, baleias, ursos polares, pingüins e outros.

Os dispositivos transmitirão informações sobre seus deslocamentos, a temperatura das águas, a salinidade e inclusive a luminosidade em várias profundidades e localizações quando passarem perto dos receptores situados no leito marítimo ou via satélite quando subiram à superfície ou quando forem recapturados.

"Hoje sabemos menos sobre a vida marinha - como vivem estes animais, aonde vão - do que sobre a face escura da lua", disse o diretor do projeto, Ron O'Dor.

A informação coletada pode ser usada pelas autoridades para decidir quando abrir as temporadas de pesca e quando encerrá-las para preservar as espécies em risco, e para fornecer informações sobre como o persistente aquecimento das águas pode mudar a conduta destes animais, explicou.

"Ao contrário das visões do século XIX de que os oceanos eram essencialmente inesgotáveis, o século XX nos mostrou que as atividades humanas podem transformar os ecossistemas oceânicos em larga escala. E o século XXI, até agora, deixa poucas dúvidas de que os problemas se agravarão com as mudanças climáticas", disse O'Dor.

Trinta e cinco acadêmicos, cientistas e especialistas técnicos se reunirão por três dias em Halifax (leste do Canadá) para lançar o projeto, que aprofunda o trabalho de dois programas americanos que já rastrearam os movimentos de esturjões, tubarões, atuns, baleias, leões marinhos, aves marinhas e tartarugas em todo o mundo com etiquetas eletrônicas.

No congresso de Halifax, cientistas decidirão quais espécies rastrear e onde começar a montar a nova rede. O grupo aspira a conseguir US$ 32 milhões do governo canadense para concluir o projeto, que se calcula vá requerer US$ 150 milhões para navegação, etiquetagem, coleta de informações e interpretação.

"Todos os erros do passado se deveram a que não havíamos entendido as migrações", disse O'Dor.

Algumas espécies atualmente viajam grandes distâncias, explicou, ao mesmo tempo em que deu como exemplo um atum recentemente rastreado por satélite que atravessou o Pacífico da Califórnia até o Japão três vezes em dois anos.

O objetivo deste projeto é melhorar o conhecimento geral, acrescentou o especialista.

Delegados de todas as partes do mundo foram convidados para ajudar a mapear os movimentos dos cardumes. As novas tecnologias permitirão fazer os rastreamentos por 20 anos, segundo O'Dor.

 



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