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Gola será mais um desafio para premiê israelense
Do Diário do Grande ABC
11/01/2000 | 11:04
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O êxito da manifestaçao organizada na noite desta segunda-feira, em Tel Aviv, contra uma retirada israelense de Gola demonstra a difícil tarefa que aguarda o primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, que chega a Jerusalém nesta terça, após a conclusao da segunda rodada de negociaçoes com a Síria.

A polícia estimou que cerca de 150 mil pessoas participaram na manifestaçao. O Conselho de Colônias de Gola, que programou um protesto sob o slogan ``Nao sairemos de Gola', afirmou que houve meio milhao de pessoas.

Muitos dos manifestantes usavam o kipá característico dos colonos nacionalistas e dos religiosos. Também participaram numerosos imigrantes de origem russa.

A magnitude deste protesto confirmou os resultados das últimas pesquisas, que assinalam que a maioria dos israelenses é contra uma retirada da colina de Gola.

``Foi a maior manifestaçao da história do país e provou que os israelenses, incluindo muitos dos que votam pela esquerda, se opoem a uma retirada', disse o porta-voz do Conselho de Colônias, Uri Eitner.

O ministro trabalhista de Comunicaçoes, Binyamin Ben Eliezer, amigo de Barak, reconheceu pela rádio que estava ``impressionado' com o número de pessoas que participaram nesta manifestaçao.

Cerca de 17 mil pessoas vivem em 32 colônias nessa colina que o Estado hebreu conquistou da Síria durante a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967.

``Esta manifestaçao mostra o estado de ânimo da opiniao pública atual, nos momentos em que há dificuldades nas negociaçoes (com a Síria) e ainda nao há acordo', admitiu Ben Eliezer.

Entretanto, o ministro das Comunicaçoes afirmou que os israelenses mudarao de opiniao quando ``o primeiro-ministro lhes apresentar um acordo que porá fim ao conflito árabe-israelense'.

A questao de Gola pode desestabilizar a coalizao de Barak. Dois ministros, Natan Sharansky (Interior), chefe do partido dos imigrantes russos Israel Be Alya (quatro deputados), e Yitzhak Levy (Habitaçao), dirigente do Partido Nacional Religioso (cinco deputados), que participaram nesta manifestaçao, advertiram nesta terça que renunciarao se o governo aprovar um acordo com Damasco que inclua a retirada de Gola.

O chefe do partido nacionalista Likud, Ariel Sharon, que se opoe energicamente à retirada de Gola, nao participou no protesto, já que os organizadores nao lhe permitiram discursar, para evitar que a manifestaçao fosse catalogada como de direita.




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