O governo britânico, depois do bem sucedido lançamento do euro, ainda tem de convencer a opiniao pública - ainda amplamente hostil à uniao monetária - a aceitar a nova moeda.

Segundo a pesquisa publicada nesta terça pelo jornal britânico The Guardian, pró-europeu, 52% dos britânicos entrevistados depois do lançamento do euro continuam contrários a uma adesao de seu país à moeda única européia e esta tendência está aumentando.

Esta pesquisa, realizada pelo instituto ICM, revela que apenas 29% dos britânicos votariam numa adesao ao euro atualmente, quando eram 34% há oito meses.

``Nosso interesse nacional é que o euro seja um sucesso', declarou o primeiro-ministro Tony Blair ao jornal norte-americano The Wall Street Journal, no dia do lançamento da nova moeda nos mercados internacionais.

Apesar de estar fora da zona euro, a Gra-Bretanha ``está em seu centro', graças à City, primeiro mercado dos câmbios mundiais, enfatizou Blair. O euro será ``a segunda moeda mais importante' e escolherá ``seu domicílio financeiro' em Londres.

No plano político, apesar do governo trabalhista ter uma atitude de princípio mais favorável à Europa do que seu antecessor conservador, Londres se mantém vigilante e decidiu adiar até 2001 ou 2002 qualquer possibilidade de adesao ao euro e a suas perspectivas de integraçao européia.

O governo Blair prometeu, no entanto, organizar um referendo a respeito e publicará em breve um plano detalhado de preparaçao para o euro. Mas a adesao é, ainda nesta fase, um interesse econômico nacional britânico, afirmou Blair.

The Guardian enfatiza que, assim que cumprida essa condiçao, 46% dos britânicos passarao a apoiar o euro, ou seja, uma proporçao ``próxima à maioria requerida para uma vitória no referendo'.

O bem sucedido lançamento da moeda única européia coloca em evidência os riscos da Gra-Bretanha ficar de fora da construçao européia.

Os exportadores britânicos, que multiplicaram os esforços nestes últimos meses devido ao nível muito elevado da libra, aproveitam as vantagens de um euro forte, apesar de temerem se converter, no futuro, nas vítimas da onda de especulaçao.