Economia Titulo
Jornal britânico questiona plano econômico de Lula
22/02/2007 | 21:28
Compartilhar notícia


O jornal britânico Financial Times publicou nesta quinta um extenso artigo sobre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O diário financeiro britânico questionou se o presidente irá pender mais para a esquerda e afirma que falhas no plano econômico para seu segundo mandato poderão condenar o Brasil a ficar atrás de países emergentes como Rússia, Índia e China.

Nas palavras do chefe de pesquisa do banco WestLB em Nova York, Ricardo Amorim, o Brasil está parecendo mais uma “economia subemergente do que uma emergente”, segundo relatou o jornal.

O FT observou que, na avaliação dos principais ministros do governo, o PAC ( Plano de Aceleração do Crescimento), alicerçado no aumento dos gastos públicos em infra-estrutura, obterá seu objetivo sem prejudicar a estabilidade financeira e econômica.

O governo garantiu que mesmo com uma redução do superávit primário, com o objetivo de aumentar os investimentos em infra-estrutura, a relação entre a dívida pública e o PIB (Produto Interno Bruto), atualmente em cerca de 50%, continuará declinando. “Entretanto, muitos economistas consideram isso uma diluição da determinação fiscal do governo, o que torna menos provável uma vigorosa reforma de mercado”, publicou o jornal.

Mantega disse que o governo está consciente da necessidade de remover as barreiras burocráticas ao crescimento e demonstrou otimismo com o impacto da planejada reforma tributária. Entretanto, o FT observou que esses esforços não são suficientes. “Muitos concluíram que o governo está se tornando menos convencido de que a ortodoxia é o caminho a ser seguido. O governo parece estar perdendo a disciplina fiscal que manteve durante o primeiro mandato de Lula.”

Segundo o jornal britânico, talvez as maiores dúvidas sobre o segundo mandato de Lula estejam relacionadas a suas prioridades: crescimento econômico ou melhora na distribuição de renda? “Na verdade, se o persistente crescimento lento foi o fracasso do primeiro mandato de Lula, seu notável sucesso ocorreu na distribuição de renda”, disse o jornal.

“Programas de bem-estar social baratos e muitos direcionados, e, acima de tudo, inflação baixa e preços altos na exportação de commodities ajudaram a produzir melhoras nas condições de vida dos pobres que tornaram Lula o presidente mais popular da história do Brasil.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;