Reconhecida por ser um setor de vanguarda em tecnologia e uso de novos insumos, a indústria automotiva reforça a imagem ao abrir espaço para novo material: o aço de alta resistência. O produto é importado há dois anos pela SSAB Brasil, subsidiária do grupo sueco SSAB Swedish Steel, que comemora a venda de 10 mil toneladas no último ano e programa-se para comercializar 20 mil toneladas/ano em cinco anos.

A projeção do diretor da empresa, Marcelo Mokayad, pode parecer pessimista diante da confissão do executivo de que “as vendas do último ano superaram em muito as expectativas”. De outro lado, o diretor admite saber das limitações do insumo. “É um produto mais caro do que o aço convencional, por suas características de segurança e resistência. Vamos trabalhar com nicho de clientes”.

Na Europa o uso do produto está mais disseminado, com crescimento de 10% ao ano e a expectativa é de crescimento, devido aos aspectos de segurança. “Na Volvo, o aço de alta resistência chega a participar com 25% na estrutura do automóvel. À medida em que as normas de segurança se tornem mais rígidas, mas espaço o produto terá”.

Para o mercado nacional de automóveis, o executivo prefere não arriscar números. No setor de implementos rodoviários, onde a empresa atua com mais força, e estimativa é de que das 240 mil toneladas/ano de aço que são consumidas anualmente, 40% possam ser substituídas pelo de alta resistência. “Muitas empresas desconhecem o produto, não sabem sobre suas aplicações ou vantagens”.

De acordo com Mokayad, segurança, leveza e resistência são as principais vantagens do produto. Segundo a Jaguar Transportes e Logística, que possui uma carreta feita com o insumo, o implemento ficou 2,5 toneladas mais leve, permitindo a empresa ampliar o volume de carga transportada de 37T para 39,5T por viagem. Detalhe importante: o veículo realiza 25 viagens/mês com frete a R$ 54 por tonelada.

Grande ABC – De olho no retorno financeiro, duas empresas do Grande ABC, a Transportadora Galera, de São Caetano, e a Santini Transportes, de Santo André, já encomendaram baús para a Pastre, empresa especializada em implementos rodoviários, e cujo 33% da produção utiliza o aço da SSAB.