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Desemprego é fruto de reestruturaçao, diz ministro
Por Do Diário do Grande ABC
09/10/1999 | 14:15
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O desemprego recorde é fruto de uma reestruturaçao profunda do setor produtivo brasileiro, que passará pela reduçao do papel da indústria e pelo avanço dos serviços.

Esta é a crença do ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, que aposta na volta do crescimento e no equilíbrio das contas públicas para que o índice de desocupados nao tenha um crescimento exponencial.

Em entrevista ao JORNAL DO BRASIL, o ministro defende a utilizaçao de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do BNDES para formaçao e qualificaçao de mao-de-obra, mas reconhece que estes programas sofreram um corte de verbas da ordem de 20% este ano.

Para Dornelles, ``no fundo, isso teve um efeito positivo', porque obrigou o ministério a aumentar a produtividade e eliminar ``tudo que fosse supérfluo'.

Otimista, acredita que a reestruturaçao econômica permitirá a criaçao de oito milhoes de empregos entre 2000 e 2003, o que, de acordo com suas declaraçoes, será suficiente para absorver os jovens que chegarao ao mercado e ainda livrará 1,5 milhao de trabalhadores do desemprego.

Quando o assunto é o aumento do número de vagas precárias na economia, esquece o parentesco com Getúlio Vargas, de quem era primo em segundo grau, e ataca a Consolidaçao das Leis do Trabalho (CLT).

Na opiniao do ministro, a legislaçao trabalhista implementada pelo falecido presidente é um ``estímulo à informalidade'.

Diante do quadro de desemprego recorde e da crescente em uma pergunta a respeito da precariedade existente na obtençao de empregos, o ministro afirma que o jovem demanda um trabalho muito grande de qualificaçao e que à medida que o setor de serviços vem crescendo, os efeitos deste fenômeno poderao ser reduzidos através de programas de preparaçao.

Haverá também uma alteraçao estrutural no mercado de trabalho, com queda do número de vagas no setor primário, uma estabilizaçao no setor secundário e uma explosao dos serviços, que poderao absorver essa mao-de-obra.

Especialistas afirmam que altas taxas de crescimento sao fundamentais para o recuo dos índices de desemprego.

Porém a expectativa do governo é de crescimento zero este ano e de 4% de expansao do Produto Interno Bruto (PIB) em 2000, o que apenas manteria o atual nível de desocupaçao.

" O crescimento econômico é fundamental para a geraçao de empregos. Para se ter crescimento, têm que haver condiçoes estruturais. É preciso equilibrar as contas públicas, para reduzir as taxas de juros, e transferir poupança privada" declara o ministro.

Também é preciso utilizar todos os instrumentos de fomento, como o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para aplicar recursos nas áreas de empregos nao-qualificados, que respondem mais rapidamente.

O desemprego entre os jovens é atualmente um fenômeno mundial.

"Outros países adotaram medidas para minimizar suas conseqüências, como estímulo à formaçao de cooperativas, isençoes para empresas que contratarem mao-de-obra nesta faixa etária e reforço dos programas de qualificaçao profissional" declarou o ministro.




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