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As histórias em quadrinhos que vêm da Vila Jerusalém

Direção, professores e alunos da Escola Municipal Belmiro Soares da Cunha...

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
10/01/2012 | 00:00
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Direção, professores e alunos da Escola Municipal Belmiro Soares da Cunha, da Vila Jerusalém, em São Bernardo, desenvolveram, em 2011, um excelente trabalho de reconstituição histórica e conscientização do meio ambiente. E o resultado, na íntegra, foi entregue à Memória.

São histórias em quadrinhos desenhadas e digitalizadas pelas equipes. E redações com entrevistas feitas pelos alunos após entrevistarem Antonio Angelo de Martim, o Vô Toninho, 71 anos, natural de Piracicaba.

O encontro de gerações - alunos, professores e Vô Toninho - possibilitou boas descobertas: Relacionamos algumas:

1 - "Seo Toninho morava em uma casa que era feita de taquara e barro. Fazia seus próprios brinquedos: cavalinho de pau, carrinho de madeira e piões" (cf. redação da aluna Vanessa Periard Rodrigues).

2 - "Na escola, Vô Toninho disse que uma sala era dividida entre as séries, por fileiras" (cf. Lucas Correia dos Santos).

3 - "Não se tinha geladeira. As famílias improvisavam. A carne era posta num tambor e coberta de gordura de porco, para não estragar" (cf. Larissa de Figueiredo).

A sistematização de todas as informações é muito importante para que os demais alunos da escola e da rede municipal passem a compreender as transformações da nossa sociedade. Vô Toninho sintetiza a história de muitos migrantes que trocaram o campo pela cidade. A sua experiência de vida é idêntica à de legiões de trabalhadores. E ele sabe contar as histórias, e os alunos souberam capta-las. Por isso, o seu relato é universal.

Por traz, as professoras Adriana Battistini Conti e Neide Sacilotto. Aos poucos Memória promete relatar outras histórias.

AMANHÃ EM MEMÓRIA 
A Turma do Meio Ambiente.

Crônica de São Bernardo
Depoimento: Carlos Walter Tosi

São Bernardo possuía muitas indústrias de móveis. E em todas elas havia muitos funcionários que tinham bicicletas. Na hora do almoço ou do término do trabalho, era um movimento danado de bicicletas. Achei gozado Indaiatuba, perto de Campinas, uma cidade que também tinha muitas bicicletas. Parecia São Bernardo.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Domingo, 10 de janeiro de 1982

Manchete - Zoneamento prejudica população de Santo André. A lei 5.887, de 15-12-1981, transforma vários terrenos particulares, instalados em zonas residenciais, em logradouros comerciais.
Editorial - Sob crivo política do lixo em Santo André
Movimento sindical - Pancadaria na assembleia geral do Sindicato dos Motoristas.
Volei masculino - Ontem no Ginásio Pedro Dell'Antonia: Pirelli Santo André 2, Minas Tênis Clube 1. E o Pirelli vai decidir o Brasileiro.

EM 10 DE JANEIRO DE...
1827 - William John Burchell, botânico inglês, passa por São Bernardo e desenha trecho da Estrada do Mar, hoje a Rua Marechal Deodoro. É a ilustração mais antiga da cidade que conhecemos.
1897 - Falece, em São Bernardo, o imigrante italiano José Dal Zotto, primeiro prefeito do Grande ABC, cargo exercido entre 1890 e 1892.

Trabalhadores (*)
Nº de ordem
34 - Sebastião Nunes Martins, de Cuiabá. Operário.
35 - Oslerindo Pereira Alvim, de Parnaíba.
36 - Raphael Martins, de Piracicaba.
37 - Manoel Macedo Garcia, de Bragança.
(*) Operários da Rhodia.
Fonte - 2º Livro geral de registro de associados do Sindicato dos Químicos do ABC. Ano: 1957. Presidente: Trajano José das Neves.

SANTOS DO DIA
Guilherme, Gregório X e Nicanor
Fonte: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, Vozes, 2012.

Na foto, São Benedito. Século 18. Origem paulista. Madeira policromada e olhos de vidro azuis.

Fontes: Museu de Arte Sacra de São Paulo; Andréa Maria Zabrieszach Afonso dos Santos, museóloga; foto: Iran Monteiro; Contatos: 3326-1373 - 5393-3336; mas@museuartesacra.sp.gov.br.

Falecimentos

EDGARD GERALDO
(Santo André 19-1-1930 - São Bernardo 6-1-2012)

Há varias e lindas facetas a marcar a vida de Edgard Geraldo: o escrivão, o esportista, a família, a bondade, a amizade com tantas e tantas famílias pelo ofício abraçado. Afinal, seu único emprego foi à frente do Cartório de Registro Civil de Santo André, numa jornada de 38 anos. Quantos casamentos passaram pelas suas mãos, e os demais registros, do nascimento, do óbito.

Num outro extremo, a poucos minutos do cartório, o Primeiro de Maio FC. Esportista, deu parcela importante nos áureos tempos do futebol de salão, do qual foi treinador. Não se casou, não teve filhos, mas dedicava aos seis sobrinhos todo carinho do mundo.

"Eu o considerava como um pai, dos 2 aos 27 anos, quando me casei, morei com ele e com minha avó. E estive com ele até o fim, cuidando dele quando ele precisou", narra Marco Aurélio Geraldo, um dos sobrinhos.

Edgard Geraldo era filho de Felício Geraldo e Victoria Doriguello. Uma pessoa generosa. Partiu aos 81 anos e está sepultado no Cemitério da Saudade, em Vila Assunção.

Num longo depoimento, Edgard Geraldo deixou notícias importantes sobre a cidade de Santo André, em especial do Primeiro de Maio, mas também do Aramaçan. Seu depoimento está no livro Os Flechas Verdes (1997).




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