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Capacitação, uma saída inteligente

Empresas devem se preparar para demandas que estão por vir

Por Cíntia Bortotto
10/01/2011 | 00:00
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O Brasil não para de crescer. Alguns economistas até falam em uma ‘bolha' na economia, ao mesmo tempo em que, no Exterior, o País é elogiado por sua maneira de lidar com a crise mundial e atrai, cada vez mais, investimentos. Além disso, grandes acontecimentos vêm por aí, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Tudo isso tende a movimentar cada vez mais diversos setores, gerando, entre outras coisas, novos postos de trabalho.

As empresas têm de se preparar para o que está por vir, seja para as demandas do mercado externo, seja para o setor da construção civil. É fato que elas irão crescer e precisarão de mais profissionais qualificados. Até mesmo trabalhadores de base, como pintores e pedreiros, irão faltar no mercado. É fundamental começar a pensar nisso.

Imagine então quando se fala em profissões que demandam cinco ou seis anos de formação, como é o caso dos engenheiros. Se não houver um planejamento, desde já para recrutar essas pessoas para trabalharem daqui a cinco anos, quando chegar o momento, já vai ser tarde, pois não é possível ter um profissional desse nível pronto em pouco tempo. Se sua empresa parar para pensar nisso apenas um ano antes de precisar, ela não conseguirá suprir essa necessidade. Por isso, capacitar é uma questão de planejamento e visão de futuro.

POR QUE CAPACITAR?

Capacitar é treinar tecnicamente seus trabalhadores, ajudá-los a fazer melhor o que já fazem ou treinar pessoas sem nenhum conhecimento no assunto para demonstrar determinada habilidade. É uma maneira rápida e geralmente mais barata do que recrutar um profissional pronto do mercado. Contratar alguém de outra empresa também demanda uma curva de aprendizagem da cultura organizacional de sua companhia - que pode demorar de seis meses a um ano, o que é outra desvantagem.

Para promover um bom processo de capacitação, pode-se fazer uma parceria com uma instituição de ensino reconhecida ou com universidades e trazer a academia para ‘dentro de casa'. Outra saída é contar com a experiência dos fornecedores. Por exemplo, tenho uma máquina de sopro em minha fábrica e preciso treinar as pessoas para utilizarem da forma correta. A melhor indicação para o treinamento de meus funcionários é o próprio fabricante, que pode ajudar a esclarecer quanto às principais habilidades técnicas.

Outra situação é quando preciso recrutar pessoas do mercado, sem nenhum conhecimento. Se sei que vou precisar de trabalhadores daqui a um ano, por exemplo, começo agora um processo seletivo que vai durar três meses: trarei ‘x' pessoas e montarei um plano de treinamento de seis meses, para poder contar com elas daqui a nove meses. Contrato sem elas trabalharem e invisto só em sua formação. Isso também é inteligente e acaba saindo mais barato para a empresa do que contratar o profissional pronto do mercado, quando se faz a conta no longo prazo.

Em ambos os casos, é preciso ter mentores para supervisionar o trabalho e verificar se o que aprenderam na teoria estão aplicando na prática.

PROFISSIONAIS JÁ ESTÃO EM FALTA

Trabalhadores de níveis superiores, que exigem uma formação acadêmica mais forte, como MBA ou pós-graduação, já é difícil encontrar no mercado. Hoje, no Brasil, temos um investimento muito grande nas áreas petrolífera e química. As empresas têm investido muito e isso tem gerado uma demanda por profissionais qualificados. Outras especialidades também já estão carecendo de profissionais, mas em escala menor.

Profissionais com inglês e espanhol fluentes também fazem falta. É imprescindível dominar essas línguas se a pessoa almeja um cargo de liderança em grandes empresas. Esta é até uma dica que costumo dar: antes de pensar em fazer uma pós-graduação, aprenda ao menos uma língua estrangeira. Morar um tempo fora do País também pode ser um diferencial.

RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA

O papel da empresa num processo de capacitação e desenvolvimento é, sem dúvida, fundamental. Mas a atuação do profissional é mais que decisiva: apesar desta responsabilidade de formação ser dividida, ele deve demonstrar vontade de crescer e aprender. Capacitar é um processo positivo para ambas as partes e leva ao sucesso. Por isso é a saída mais inteligente, num Brasil em que já falta mão de obra qualificada.




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