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Baianos festejam 20 anos da axé music
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07/02/2005 | 16:49
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Os artistas baianos aproveitaram o início dos desfiles dos blocos na tarde de domingo, na Passarela do Campo Grande, Centro de Salvador, para reafirmar a suposta força da axé music, como se convencionou chamar a nova música feita na Bahia, surgida no Carnaval. O movimento, que muitos colocam como marco inicial a música Fricote de Luiz Caldas, está fazendo 20 anos. A data foi motivo para Margareth Menezes, Ivete Sangalo e o cantor Bell Marques, da banda Chiclete com Banana, prestarem homenagem a Caldas e afirmarem a vitalidade da axé music.

O bloco Corujas trouxe uma Ivete Sangalo mais elétrica do que nunca. Ela recebeu em cima do trio o triplo diamante pela vendagem de 400 mil cópias do seu DVD, o mais comercializado do ano passado. A bailarina Carla Perez também compareceu ao Carnaval de sua terra Natal, saindo no bloco Algodão Doce.

Milhares de pessoas saíram às ruas nas principais cidades de Pernambuco. Bonecos e fantasias de todos os tipos e cor podiam ser vistos nas ladeiras de Olinda. Em Recife, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o alvo preferido da irreverência e crítica do Carnaval que percorreram os bairros mais tradicionais, como o Boa Vista.

Mas muitos destes foliões deixaram o Carnaval de Recife e de Olinda em busca de uma festa alegre, animada e mais tranqüila e se dirigiram a Bezerros, a 107 quilômetros da capital. Com todo o corpo coberto e usando máscaras no rosto, os papangus – principal característica do Carnaval da cidade do agreste – atraíram cerca de 100 mil pessoas domingo, na festa que comemorou o centenário dos mascarados.

Nem os organizadores esperavam tanta gente no município, cuja população não chega a 60 mil habitantes. Mesmo minoria entre os foliões visitantes, os aproximadamente 3 mil papangus que desfilaram pelas ruas com fantasias individuais ou em grupo, misturando-se à multidão, mantiveram o brilho e a criatividade.

De acordo com o secretário de Turismo de Bezerros, Rogério Beltrão, os papangus têm origem em 1905, quando surgiram as primeiras máscaras, feitas com papel grosso, de embrulho. Depois, passaram a ser feitas com papel machê. Hoje muitos a usam de plástico, devido ao calor. A maioria era pobre e costumava pedir dinheiro e comida nas casas, recebendo normalmente um prato de angu, à base de milho. Daí o nome das fantasias ser papangu.



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