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Mães se rebelam contra fim de quadra esportiva
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
28/06/2004 | 21:59
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A construção de um CAC (Centro de Atendimento à Criança) no terreno onde funcionou por dois anos a quadra poliesportiva da EE Iolanda Noronha do Nascimento, no Jardim Silvina, em São Bernardo, causou comoção entre os pais dos cerca de 1.350 alunos, matriculados de 1ª a 8ª série. Eles se reuniram nesta segunda em frente à obra para exigir que o espaço fosse cedido definitivamente à escola. O local foi doado à Fundação Criança pela Prefeitura em 1976 e desde então estava desocupado.

A escola não possui espaço para esportes. Desde o início do ano, quando a Fundação Criança anunciou as obras do CAC, os estudantes só têm atividades teóricas durante as aulas de Educação Física. Jogam xadrez e outros jogos de tabuleiro. “Tiraram a quadra da gente e agora não tem mais espaço para praticar esportes. É muito chato não poder variar”, disse o aluno da 7ª série Felipe José Linares, 13 anos.

As mães dizem que o terreno estava coberto de mato e sujeira e a comunidade se encarregou de erguer a quadra, há dois anos. “Limpamos tudo, retiramos o mato e levantamos a verba. Não é justo perdermos tudo agora”, afirmou a dona de casa Maria Inês Malbino, 37 anos, que tem dois filhos matriculados na 7ª e 8ª série. Por iniciativa dos pais, o terreno foi cercado por muros e arame farpado. Alguns estudantes, como Henrique da Silva Mendes, 14, também participaram do mutirão. “Até cortei minha mão mexendo aqui”, contou.

A Prefeitura de São Bernardo, que mantém a Fundação Criança, informou por meio de sua assessoria de imprensa que a quadra não deve ser destruída, mas reduzida, e que o uso deve continuar livre aos alunos. No entanto, eles deverão ficar ainda sem aulas práticas de Educação Física. No bairro, existem duas outras quadras na praça dos Trabalhadores, na rua General Barreto de Menezes, a cerca de 500 m do colégio. De acordo com a Secretaria de Educação do Estado, uma equipe de técnicos deverá visitar a escola nos próximos dias para avaliar a possibilidade da construção de uma quadra em suas dependências.

Por conta da manifestação, as obras, que começaram há dois meses, são provisoriamente interrompidas nesta segunda e terça. O acesso à quadra, que antes se dava por uma passagem dentro da escola, foi fechado. Para a continuidade das obras, foi derrubado parte do muro e fechado com um portão de tapume. Decididas, as mães afirmaram não desistir fácil. “Se for necessário, a gente vai derrubar o portão à força”, ameaçou a dona de casa Eva Niro, 42 anos, que tem um filho matriculado na 8ª série. Nesta segunda, segundo ela, o responsável pelas obras a empurrou para fora da obra. Ele não se pronunciou ao Diário.




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