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PPS e PV criticam acordos para superar cláusula de barreira
Da Agência Brasil
25/10/2006 | 18:44
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Os presidentes do PPS, Roberto Freire, e do PV, José Luiz Penna, consideram que foi uma decisão apressada e oportunista e que não levou em conta a coerência ideológica de programas a criação do PR (Partido Republicano), acertada ontem entre PL, Prona e PTdoB, bem como a incorporação, já acertada, do PAN pelo PTB.

“Não vamos entrar nessa mixaria de juntar coisas desconexas”, afirmou Penna, referindo-se ao PR. “Não sei como se encaixa uma discussão política aí, mas com o PV não será uma coisa apenas pragmática”, disse ele.  O PV, assim como o PPS, não  superou  a barreira dos 5% e  negocia  fusão  com o  PSC para  reverter a  situação.

O presidente do PV considera a fusão entre PL, Prona e PTdoB uma prova de que se trata de partidos fracos programaticamente, que enfrentam de maneira açodada a pressão pela perda de parlamentares. “O tempo do PV não é o mesmo tempo dos outros, não temos um horizonte de perda parlamentar, porque temos prestígio na sociedade.”

O líder do PL na Câmara, Luciano de Castro, nega que a negociação com Prona e PTdoB tenha ocorrido às pressas. “Estamos conversando há algum tempo, não tem nada a ver com a eleição. Os parlamentares não vão ficar num partido que não tenha assento nas comissões, fundo partidário e tempo de TV.”

Quando a regra da cláusula de barreira entrar em vigor, o que deve ocorrer a partir do início da próxima legislatura, no dia 1º de fevereiro, os partidos que não tiveram a representação mínima estipulada pela legislação eleitoral terão atuação limitada no Congresso Nacional, perderão espaço nas propagandas televisivas e terão de dividir apenas 1% do fundo partidário.

O líder do PL diz que o novo PR estará apenas cumprindo a lei. “Estamos dando nossa contribuição, transformando três partidos em um”. Segundo ele, quem está criticando não tem moral para fazê-lo. “O PV é mais pragmático que a gente, porque está negociando com o PSC, que antes negociava com a gente. Eles pensam em criar o PVSC, parece até nome de empresa petrolífera”.

Roberto Freire, do PPS, que negocia acordo com o PHS, garante que seu partido não vai “pegar qualquer um”. Questionado se é uma referência aos acordos de outros partidos, ele respondeu que “o PTB está fazendo isso”. Quanto ao PL, evita fazer a crítica nominal, mas também não nega. “Não quero criticar ninguém, até porque a cláusula é uma violência”.

O PTB está cuidando dos detalhes da incorporação do PAN, que já está acertada, segundo o presidente do partido e deputado cassado Roberto Jefferson. Ele rebate a crítica do presidente do PPS: “O Freire é um ideológico, que acusa sem saber. Está sempre mal humorado. Eu não me juntaria com o PPS.”

Jefferson garante que o diálogo com o PAN não foi mero casuísmo. Segundo ele, o fato de o PTB ser uma “legenda histórica”, associada à criação da Consolidação das Leis Trabalhistas e da Previdência Social, justifica a incorporação do PAN, que representa os "aposentados da nação”.



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