Quem não deixou passar um só filme da ex-trilogia Todo Mundo em Pânico conhece a colossal diferença que fez a convocação do diretor David Zucker para o terceiro exemplar da série, lançado três anos atrás. As parodinhas mequetrefes e sexistas dos dois primeiros filmes ganharam massa cinzenta e conhecimento de causa cinematográfica no longa número três, com a adesão de um dos monarcas do gênero, responsável por Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu (1980), Top Secret (1984) e Corra que a Polícia Vem Aí (1988). E o rei, felizmente, retorna para o quarto filme.

Convenhamos, há muito o que parodiar atualmente, com o inchaço entre as produções de horror; algumas que, sem motivo qualquer, levam-se a sério demais, como Jogos Mortais – filme que, desancado em uma cena com o atleta Shaquille O’Neal, é uma das vítimas de Zucker, assessorado no roteiro por Jim Abrahams, parceiro das antigas.

Sob o signo da corrosão cômica, Todo Mundo em Pânico 4 avança para cima de modismos (como o horror japonês) e de cânones do entretenimento, como Steven Spielberg. Escarnece de produções recentes como Guerra dos Mundos, A Vila, O Grito, Água Negra e Horror em Amityville. Sobra até para filmes que nada têm a ver com isso (o ofício do assombro), como Menina de Ouro (em uma cena com participação especial do pugilista Mike Tyson), O Segredo de Brokeback Mountain e a série Harry Potter.