A seleção dos 119 artistas que participarão da 27ª Bienal de São Paulo, de outubro a dezembro, privilegiou a idéia de troca, um desdobramento do título da mostra, Como Viver Junto. À obra ainda sem reconhecimento internacional, embora madura, de boa parte dos 23 brasileiros selecionados, mesclou-se a experiência de estrangeiros que vão expor este ano. Sete dos selecionados farão o projeto gráfico do catálogo da Bienal. Neste quesito estão os brasileiros Rivane Neuenschwander, Angela Detanico e Rafael Lain. Dez estrangeiros integram um programa de artistas residentes em São Paulo, Rio Branco (AC) e Recife (PE).

A maioria dos selecionados é jovem, entre 30 e 45 anos. Entre os veteranos brasileiros estão Cildo Meirelles, Marepe, Claudia Andujar e Helio Melo (1926-2001). Com a Bienal enxuta, os artistas mostrarão mais de uma obra inédita.

Foram convocadas nove obras de cineastas, como Jean-Luc Godard e Rainer W. Fassbinder, para a Quinzena de Filmes. A eles se juntarão oito artistas que também terão filmes nesta mostra, além de expor no Pavilhão da Bienal.

A curadora geral é Lisette Lagnado, que divide esta função com outros cinco curadores. O título Como Viver Junto tem como vertentes teóricas Roland Barthes (1915-1980), com seus seminários em 1976 sobre o sentido ético de viver junto, e Hélio Oiticica (1937-1980), artista carioca estudado por Lisette, que experimentou arte visual neoconcreta, passou pela “antiarte” com seus Parangolés na década de 60 e chegou às Manifestações Ambientais, apogeu de seu trabalho nos anos 70.