A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios obteve junto à Justiça dos Estados Unidos autorização para ter acesso aos sigilos bancário e fiscal do publicitário Duda Mendonça no exterior. Estes documentos foram enviados pela promotoria Distrital de Nova York (EUA) para o Ministério da Justiça e o Ministério Público há três meses. No entanto, por temer o vazamento das informações, a papelada não foi compartilhada com a comissão.

"A decisão é resultado das negociações conduzidas por representantes da CPMI dos Correios e pelos Ministérios da Justiça e das Relações Exteriores, que empreenderam sucessivos esforços nesse sentido, incluindo recente missão aos Estados Unidos", diz a nota publicada e assinada conjuntamente pelo presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), e pela Secretária Nacional de Justiça, Cláudia Chagas.

Para manter a confidencialidade dos dados, apenas Delcídio Amaral, o relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), e os relatores-adjuntos Eduardo Paes (PSDB-RJ) e Maurício Rands (PT-PE) terão acesso ao material. As consultas, por sua vez, deverão ser realizadas no DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional) do Ministério da Justiça. "Em conformidade com resolução aprovada pela CPMI, os parlamentares designados terão acesso aos documentos no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça", revela a nota.

Em depoimento à CPMI dos Correios, em novembro, Duda Mendonça admitiu o depósito de R$ 10 milhões na conta Dusseldorf. O dinheiro era do empresário Marcos Valério de Souza e seria referente ao trabalho publicitário feito por Duda para a campanha do então candidato á Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva. O publicitário também revelou que a conta foi aberta por ordem de Marcos Valério. O empresário mineiro, no entanto, negou essa versão.