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Trorion deposita salários a trabalhadores grevistas
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
28/07/2006 | 07:58
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Parte dos problemas da Trorion SA já está resolvida. A fabricante de colchões, de Diadema, informou quinta-feira que o pagamento dos salários atrasados desde o dia 5 deste mês foi efetuado na última segunda-feira. Contrariando a versão de dirigentes do Sindicato dos Químicos do ABC (filiado à CUT), a empresa confirmou o pagamento de todos os trabalhadores, incluindo os operários que ainda hoje permanecem em greve.

Agora, segundo o gerente de Recursos Humanos da Trorion SA, Newton Miranda Filho, alguns trabalhadores mantêm a greve por conta do atraso de quatro dias úteis no depósito do adiantamento dos salários, a ser efetuado no 20º dia de cada mês. “O Sindicato escolheu um novo motivo para manter a greve: o atraso do adiantamento”, reclama o gerente.

O executivo também destaca que, embora ocorram diversas manifestações, a empresa ainda não foi procurada pelo Sindicato para tomar conhecimento das reclamações dos trabalhadores grevistas. “Está sendo feita uma campanha que prejudica a imagem da empresa no mercado, com clientes e também fornecedores”, lamenta Miranda.

A produção de colchões, informa o gerente, está praticamente normal na Trorion. “Poucos empregados aderiram à paralisação e a produção segue. Cerca de 20 a 30 pessoas estão paradas, o que prejudica em aproximadamente 20% nossa produção”, relata o gerente de RH. “Mas a maioria entra para trabalhar.”

A direção do Sindicato dos Químicos do ABC, no entanto, contesta as informações da Trorion. Segundo o diretor sindical, Pasquale Muschiacchio a adesão dos trabalhadores à greve é significativa. “A fábrica conta hoje com 15 trabalhadores de uma cooperativa e uns sete ou oito empregados que furam a greve para trabalhar. Em greve, estão em torno de 170 pessoas”, conta o sindicalista.

Muschiacchio confirma o recebimento do salário, mas destaca que, nesse caso, a empresa deveria acrescentar ao rendimento do trabalhador multa de 4% para cada dia de atraso. “Pagaram, sim, até mesmo quem está em greve, mas não pagaram a multa que é nossa por direito. Queremos a multa e o pagamento também do adiantamento, que está atrasado”, reivindica o líder grevista.

Segundo, o dirigente do Sindicato dos Químicos da região a greve continua forte na base dos trabalhadores da Trorion. “O pessoal tá firme e comparece às assembléias diariamente. A gente faz discussão e depois, por volta das 11 horas, dispensa para casa.” Muschiacchio conta que 50 pessoas permanecem na porta da fábrica todas as manhãs, mas o restante não vai ao local por falta de dinheiro para o transporte.

Por meio do Departamento Jurídico do Sindicato dos Químicos, os grevistas solicitaram audiência para julgamento da paralisação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo), da Justiça do Trabalho.



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