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Camila Rodrigues: persistência recompensada
Por Flávia Swerts
Da TV Press
01/07/2005 | 08:17
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A determinada Camila Rodrigues, 21 anos, nasceu em Santo André, onde morou durante um ano. Em seguida, foi para Fortaleza, por causa do emprego do pai. Três anos depois, se mudou para o Rio, onde vive até hoje. Até conseguir o papel da ingênua Mari, a irmã de Sol vivida por Déborah Secco em América (Globo), foram cinco anos batendo na porta da Globo. Até perdeu a conta de quantos testes já fez. Em 2001, ficou entre as três finalistas para protagonizar a minissérie Presença de Anita, mas perdeu a personagem para Mel Lisboa. As decepções, no entanto, não pararam por aí. Tudo o que conseguia com os testes eram participações meteóricas em algumas produções da casa, como Malhação e Da Cor do Pecado. “Me sentia um peixe fora d’ água. Queria mostrar trabalho e não podia”, diz.

Agora o que não falta para Camila é chance de mostrar sua interpretação. No início da trama, sua personagem era apenas uma menina meiga que ia de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Mas depois de se envolver com o esperto Alex, de Thiago Lacerda, Mari se transformou. Brigou com os pais por eles não aceitarem seu namoro, chegou a fugir de casa e deve servir de isca para que ele consiga levar mais drogas para os Estados Unidos. Tudo na maior ingenuidade, sem saber das reais intenções de Alex. “A Glória Perez está me testando de novo. Se eu mandar bem, a personagem deve continuar crescendo. Senão, já era”, afirma, demonstrando que, apesar de novata, já entende bem como funciona uma novela.

Camila tem plena consciência de que está dando apenas os primeiros passos na carreira, mas não esconde a satisfação com o trabalho que vem apresentando. Ela acredita que já melhorou bastante desde março, quando a novela estreou. “No início, estava dura demais. O texto não fluía. Hoje, já consigo atuar com mais naturalidade”, avalia. Muita dessa rigidez era fruto do nervosismo. Camila mal conseguia acreditar que, finalmente, tinha conseguido um papel fixo e ainda por cima em uma novela das nove da Globo. Ela não queria errar de jeito nenhum, o que naturalmente acabou atrapalhando um pouco o seu desempenho. Ao assistir uma das primeiras cenas que fez com Paulo Goulart, a jovem atriz não conseguia parar de se criticar. “Até que me toquei: ele tem mais de 40 anos de carreira. Eu tenho 21 de idade. Impossível comparar. É olhar e aprender”.

Apesar de ainda estar se adaptando aos ossos do ofício de ser atriz, Camila não consegue disfarçar a sensação de realização. Ela só tem olhos para a novela e para a sua personagem. “Quero fazer muitas outras coisas: novelas, peças e filmes. Mas só vou pensar nisso quando América acabar. Não quero me precipitar”.

Objetivo único - Camila Rodrigues descobriu o gosto pela atuação na adolescência por causa de um namorado que era ator. Depois de assistir a algumas peças, se encantou pela profissão e emendou diversos cursos de teatro. Aos 18 anos, começou a fazer faculdade de moda e teve de conciliar os estudos com os ensaios do teatro, muitos deles de madrugada, e com a carreira de modelo, que iniciou aos 14 anos. Camila, no entanto, logo percebeu que sua paixão era mesmo a interpretação e decidiu largar a faculdade e diminuir os trabalhos com modelo para poder se dedicar unicamente ao teatro e aos testes na Globo. “Aí o negócio encrencou lá em casa. Meus pais não queriam que eu saísse da universidade de jeito nenhum”, recorda. O jeito foi entrar num acordo com o pai. Ela poderia estudar na Casa de Artes de Laranjeiras, conhecido reduto de formação de atores no Rio de Janeiro, desde que ao término do curso voltasse para a faculdade.

Mas Camila nem precisou cumprir sua parte no trato. Afinal, ela conseguiu o papel em América logo depois de se formar. “Virei para os meus pais e disse: ’Viram? Meu esforço não foi à toa’”, relembra, orgulhosa. Agora que já deu um verdadeiro pontapé inicial na carreira de atriz, Camila não esconde o desejo de terminar o curso de moda, mas apenas como um hobby. “Adoro bordar, pintar, cortar tecidos. Sou apaixonada por roupas”, afirma.




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