O grupo farmacêutico americano Pfizer é objeto de novos processos contra seu medicamento Lipitor contra o colesterol, um dos mais vendidos no mundo, acusado de fazer uso de marketing abusivo em que omite alguns efeitos colaterais. No total, 17 pessoas apresentaram processos individuais em um tribunal do Estado de Nova York (nordeste), informou na segunda-feira o gabinete de advogados que representa os demandantes.

Estes processos se somam a uma primeira ação coletiva apresentada em março passado em um tribunal de Nova Jersey (nordeste). Em junho, a Pfizer e o Lipitor já haviam sido objeto de dois processos individuais.

Segundo os demandantes, a Pfizer promoveu seu medicamento contra o colesterol de forma enganosa, omitindo tanto dos profissionais de saúde quanto dos pacientes a possibilidade de haver "efeitos colaterais perigosos" vinculados à ingestão deste medicamento. Entre estes problemas estão danos ao sistema nervoso, problemas de memória e do sistema cognitivo.

O Lipitor recebeu autorização para ser comercializado em 1996. Mas segundo os demandantes, a Pfizer não levou em conta dois alertas da FDA (Food and Drug Administration), datados de 2001, em que a entidade reguladora de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos se dizia preocupada porque não havia menção aos efeitos colaterais no marketing do medicamento.

A Pfizer registrou em 2005 vendas do Lipitor da ordem de US$ 12 bilhões, quase um quarto do faturamento do grupo, de US$ 51 bilhões.