Morreu na manhã desta terça-feira o bebê de Flávia Silveira, que foi atingida na cabeça por uma bala perdida no último sábado, em São Bernardo. Flávia, que apresentava quadro clínico de morte cerebral, era mantida viva com a ajuda de aparelhos na expectativa de que sua gestação pudesse prosseguir.

Segundo boletim médico divulgado pelo Hospital Mário Covas, de Santo André, às 9h30 desta terça-feira não foram identificados batimentos cardíacos no bebê. Além disso, a equipe responsável pelo caso identificou descolamento da placenta e do cordão umbilical de Flávia.

Havia a esperança de que os médicos conseguissem prorrogar a gestação por mais sete semanas, mantendo a mãe com todas as funções do organismo. O bebê ainda não apresentava condições de ser retirado da barriga, pois tinha apenas quatro meses e meio.

Em entrevista coletiva, o médico Roberto Ramos, chefe da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Mário Covas, afirmou que a situação apresentada por Flávia era inédita no Brasil. "Já houve um caso na Espanha, onde a mãe optou por continuar a gestação mesmo sabendo que poderia ocorrer sua morte encefálica; e outro, no Brasil, em que a mãe tinha asma e acabou tendo morte cerebral. Mas, nos dois casos, a gestação já estava no fim", explicou.

Flávia Silveira tinha 25 anos e voltava de uma quermesse no Ginásio Poliesportivo de São Bernardo quando foi atingida por uma bala perdida, na favela do DER, na noite do último sábado.

A polícia investiga a origem do tiro que atingiu a cabeça da vítima. As primeiras informações são de que a bala partiu de um guarda civil que reagiu a um assalto.