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Azulão possesso com as fake news
Por Dérek Bittencourt
20/12/2019 | 07:00
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As últimas semanas foram agitadas pelos lados do São Caetano. E quando se pensa que depois da tempestade virá a bonança, o Azulão acaba em meio a mais temporal. Ontem, o colega jornalista Paulo Vinícius Coelho publicou em seu blog no UOL postagem com o título ‘São Caetano tentou travar Paulistão na Justiça para evitar rebaixamento’. No conteúdo, tratava sobre toda a questão que tanto abordamos aqui no Diário, sobre a fusão administrativa entre Bragantino e Red Bull, que acabou rebaixando o Toro Loko e promovendo o Água Santa, terceiro colocado da Série A-2, ao invés de salvar o rebaixado time são-caetanense, penúltimo na elite em 2019. Mais do que isso, a matéria de PVC falava em ação “movida por torcedores que funcionam como laranjas dos clubes”, porque, afinal, o próprio São Caetano não poderia ir à Justiça comum, em razão de possíveis e prováveis sanções que receberia na esfera esportiva. E qual o resultado de tudo isso? A revolta do recém-empossado presidente Carlos André de Freitas Lopes, que é advogado e nos últimos oito anos integrou o departamento jurídico azulino.

“O PVC não nos entrevistou, não perguntou se há relação (do autor da ação) com o clube. E ainda insinua que seria uma máfia, que o torcedor foi usado como laranja”, lamentou o presidente, que buscaria o jornalista ainda ontem para uma retratação. “E não conheço este processo. Assumi a presidência em 16 de dezembro. Mas não temos nenhum motivo para acionar a Federação Paulista de futebol ou qualquer entidade que cuide do desporto futebol. Não conheço a pessoa que que fez isso (entrou com processo), não faço ideia de quem seja e ainda não olhei o processo para saber o que está alegando. Mas, seja o que for, não tem autorização para falar em nome do São Caetano”, decretou o presidente. “Infelizmente foi uma atitude unilateral, de pessoa da cidade, que se diz torcedora e deve gostar muito do São Caetano para tomar uma atitude dessa. Quer ver o clube dele na Primeira Divisão”, complementou o dirigente.

O processo é de autoria do advogado Walter Estevam Junior, que se qualifica como torcedor e aponta que a Federação Paulista de Futebol “desrespeitou as regras legais e regulamentares de acesso e descenso de equipes entre uma e outra série”. O autor ainda disse que seus direitos foram lesados e violados junto ao Estatuto do Torcedor, e depois ainda entrou com pedido de alteração no processo, solicitando urgência na tomada de decisão da Justiça comum com a manutenção do São Caetano na elite, indicando a substituição do Azulão na vaga que foi concedida ao Água Santa. E, em caso extremo, requerendo a suspensão dos inícios do Paulistão 2020 e também da Série A-2, datadas para a segunda quinzena de janeiro.

Carlos André de Freitas Lopes confirmou que enquanto esteve à frente do jurídico do São Caetano entrou com dois pedidos junto à Federação para que o Azulão não fosse degolado e ficasse com a vaga do Red Bull. Entretanto, não obteve êxito. “Fiz duas interpelações dentro do regulamento da Federação pedindo para que fosse dado ao São Caetano o direito de disputar a Série A-1. Quando a Federação deu a resposta de que isso não era viável, em razão do próprio regulamento, o clube, na época presidido pelo Nairo, silenciou-se e respeitou a decisão da Federação”, revelou o mandatário azulino. “Hoje, eu sendo o presidente e tendo feito esses pedidos lá atrás, respeito totalmente o regulamento e as determinações”, continuou o presidente, que fez questão de ressaltar que o Azulão aceitou o regulamento quando o assinou no conselho arbitral realizado ainda em 2018.

Para o presidente, tal situação está praticamente decidida e o clube disputará a Série A-2 estadual em 2020. “Eu, particularmente, não vislumbro ou vejo nada que abale nossa relação com a Federação. Sempre foi boa. Sempre cuidei do jurídico e vou continuar respeitando as decisões”, disse. Porém, deixou claro: “Pretendo cumprir o que a Federação determinar. Mas se vier uma decisão judicial vou ser obrigado a cumprir, também”, disse, referindo-se a possível definição favorável da Justiça comum. O pedido de liminar, entretanto, foi indeferido.

ENTÃO É NATAL
Gostaria de propor aos leitores e torcedores de times do Grande ABC um exercício (mental ou até mesmo por escrito): se pudesse pedir ao Papai Noel um presente para sua equipe, qual seria? Tenho algumas sugestões. O fã do Santo André pediria um ano em que o time, ao menos, se mantivesse na Série A-1 do Paulista. O do EC São Bernardo solicitaria o acesso da Série A-3 estadual. O torcedor do São Bernardo FC, por sua vez, teria muitos anseios, mas, o principal, seria manter o time na cidade após a parceria com a Magnum. Já o do São Caetano almejaria dias mais tranquilos em meio a tanta confusão que atinge os bastidores do clube – afinal, dentro de campo acabou de ser campeão da Copa Paulista! O torcedor do Água Santa sonha com a vaga na Série D do Campeonato Brasileiro, enquanto os de Mauá FC e Grêmio Mauaense querem deixar a Segundona para trás. Por fim, o recém-contemplado fã do CAD Ribeirão Pires faria uma cartinha apenas de agradecimento. Afinal, ter um time profissional na cidade se tornou realidade neste ano. 




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