O vencedor das eleições presidenciais mexicanas, Felipe Calderón, declarou nesta sexta-feira que tentará reforçar as relações comerciais com as outras potências da América Latina, além de promover o livre comércio na região.

"Com todos os países, minha intenção é ter relações construtivas, incluindo a ampliação dos laços comerciais com outras potências regionais, como Brasil e Argentina".

"Parece-me que podemos ter relações (comerciais) muito melhores" com o Brasil, disse Calderón, para quem "interessa muito a tecnologia de extração de petróleo da Petrobras para águas profundas", para exploração no Golfo do México.

Sobre a polêmica com Hugo Chávez, presidente da Venezuela, Calderón comentou que "é fundamental o estabelecimento de relações construtivas com Cuba e Venezuela, mas sem baixar a cabeça".

O chanceler venezuelano, Alí Rodríguez, disse hoje que é um "mau presságio" para as relações bilaterais o fato de o México ter utilizado de maneira negativa a imagem de Chávez na campanha de Calderón contra o esquerdista López Obrador.

Calderón respondeu às declarações de Alí Rodríguez estimando que "apesar dos esforços de todos para superar as divergências, alguns funcionários (da Venezuela) parecem estar empenhados em reafirmar sua relação com o Partido da Revolução Democrática (de López Obrador)".

"Parece-me que a relação entre os povos é mais importante que a questão entre seus dirigentes", frisou Calderón.

Sobre o problema da emigração ilegal para os Estados Unidos, Calderón propôs investimentos conjuntos de México e EUA nas regiões mexicanas de onde partem os emigrantes.

"Vale mais um quilômetro de estrada em Michoacán (estado natal de Calderón) do que 10 km de muro na fronteira".

"Vejo o futuro da América do Norte em 30 anos, e não imagino uma região que não tenha livre circulação de trabalhadores, como ocorre na União Européia".

"Temos de trabalhar diplomaticamente para que não prevaleça a idéia de discriminação dos mexicanos pela sociedade americana".