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GM descarta demissões no Brasil
Por Eric Fujita
Do Diário do Grande ABC
23/11/2005 | 09:29
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A General Motors descartou terça-feira a possibilidade de demissões em suas unidades fabris instaladas no Brasil, como reflexo da grave crise que afeta a matriz da empresa, a GMC (General Motors Corporation), nos Estados Unidos. Na contramão do que ocorre nas atividades americanas, a companhia prometeu manter seus investimentos nas operações brasileiras – de olho no crescimento das vendas para o mercado interno. O mais importante deles é o que envolve desembolsos de US$ 247 milhões, voltados à ampliação da produção de veículos na unidade de Gravataí, no Rio Grande do Sul, até 2007.

A garantia foi dada pelo presidente da General Motors para o Mercosul, Ray Young, durante o 14º Congresso Internacional de Tecnologia da Mobilidade, promovido terça-feira pela SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), em São Paulo. Como justificativa para tranqüilizar o mercado nacional e, principalmente, os funcionários de suas quatro fábricas brasileiras, Young apontou o crescimento das vendas da GM no país e também a expectativa de expansão do setor automotivo, a uma taxa de 7% em 2006 (leia texto nesta página). "Podemos manter os nossos investimentos se a empresa continuar nesse ritmo no Brasil", disse Young. Além de Gravataí, a companhia mantém unidades em São Caetano, São José dos Campos e Mogi das Cruzes.

Quadro diferente – As declarações do presidente da GM Brasil não apenas tenta amenizar o clima de expectativa gerada nas fábricas, como se focam no desempenho da empresa no país. O último balanço da Anfavea aponta ligeiro aumento de 0,4% nas vendas de janeiro a outubro.

O resultado da montadora no Brasil é radicalmente diferente da situação verificada nas operações americanas da GMC, que registram sucessivas quedas nas vendas, além de problemas com balanços patrimoniais e creditícios, que levaram as agências de classificação de riscos daquele país a reduzir a nota da GMC ante o mercado.

Por esses motivos, a matriz americana anunciou um programa de demissões estimado em 30 mil funcionários que começa neste ano e se estende até 2008. Nesse processo serão fechadas nove unidades de produção espalhadas entre os EUA e Canadá. Só no início deste mês, as vendas de veículos da multinacional nos Estados Unidos caíram 24% até o dia 13. No geral, o mercado automotivo americano amargou recuo de 15%, sendo de 33% em outubro.

No Brasil – Ray Young salientou que a GM Brasil tem uma programação de novos lançamentos em 2006, a fim de manter o ritmo de crescimento no mercado interno, que vão além do novo modelo previsto para ser fabricado em Gravataí, a partir de 2007. No entanto, ele preferiu não revelar detalhes. "Vamos ver, vamos ver. Ainda é segredo", desviou.

Uma das janelas de oportunidade lembradas pelo executivo, diante da crise que afeta a matriz americana, é que a GM Brasil pode exportar serviços de engenharia para o mercado americano, sinalizando abertura de novos mercados para a filial brasileira.

Apesar da boa expectativa para o biênio 2005/6, Ray Young admitiu que a General Motors teve um desempenho mais fraco no primeiro semestre, ante igual período do ano passado. Ele apontou a falta de alguns produtos de entrada sem a tecnologia Flex – bicombustível –, como o Celta. O modelo já conta com essa motorização.

O executivo destacou ainda que as vendas da empresa começaram a melhorar no segundo semestre com a entrada dos modelos Flex e, em especial, com o lançamento do novo Vectra. A GM vendeu cinco mil unidades antes do lançamento. Por conta dessa demanda, a expectativa é chegar a uma produção mensal de 4 mil unidades até dezembro. Para atender esse boom pelo Vectra, a companhia precisou abrir horas extras aos sábados e o possível cancelamento das férias coletivas de final de ano.




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