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Sem educação Brasil perderá jovens para o narcotráfico, diz Lula
Por Do Diário OnLine
10/03/2003 | 12:21
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Os compromissos da agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira estão todos marcados para São Paulo. Lula iniciou o dia com uma vista à fábrica DaimlerChrysler (Mercedes Benz) de São Bernardo, onde após tomar café da manhã disse aos cerca de seis mil funcionários da empresa que ou o Brasil investe em educação e na política do primeiro emprego ou perderá seus jovens para o narcotráfico. “Estou consciente de que se não fizermos uma política agressiva de educação, profissionalização e primeiro emprego poderemos perder para o narcotráfico os nossos jovens que estão em casa sem fazer nada”, afirmou.

Acompanhado de sua mulher, Marisa, dos ministros de Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano, e do Trabalho, Jacques Wagner, Lula participou mais tarde da abertura da 9ª Feira Internacional de Plástico, em São Paulo, onde prometeu que a reforma tributária será apresentada até junho. À tarde Lula visita a Refinaria de Capuava (Petrobras), em Mauá, onde também participa da inauguração da nova unidade da empresa PoliBrasil.

O presidente aproveitou o discurso em São Bernardo para, além de ressaltar o orgulho que sente de sua origem, pedir o apoio dos trabalhadores brasileiros na aprovação das reformas “fundamentais para o país”. “Se tivéssemos investido há 30 anos em educação o Brasil teria, além dos melhores trabalhadores do mundo, a maior renda per capita do mundo, seríamos o país mais rico e não teríamos 43 milhões de pobres”, disse Lula, frisando que essa situação pode e vai mudar com ajuda de todos.

Mais uma vez, aos se referir às reformas tributária, agrária e previdenciária, Lula afirmou que ser precipitado não leva à nada. “O Corinthians foi apressado e levou dois gols do Palmeiras”, brincou, dizendo que investimentos serão feitos com calma em diversas áreas para atrair investimentos ao país e garantir o desenvolvimento. “A reforma tributária não é para cobrar mais imposto, mas para fazer justiça. Sabemos que precisamos fazer a reforma na Previdência não para prejudicar quem trabalha, mas para que os trabalhadores tenham direitos iguais em todo o país. Para que acabemos com as regalias das minorias”, disse o presidente.

Sobre a reforma agrária, Lula disse que a questão não implica em simplesmente competir com os governos anteriores para saber quem assenta mais famílias. Segundo o presidente, “é uma questão de qualidade. Precisamos saber se quem já está assentado tem condições de trabalhar. Pelo menos 80% dos quatro mil assentados passam necessidades”.

Na visita, Lula ganhou da fábrica automobilística um caminhão para o Programa Fome Zero e um cheque de R$ 1 mil para combustível. “Mas eu saio daqui realizado como político e metalúrgico por ter ouvido do presidente da DaimlerChrysler que os trabalhadores das Mercedes Benz estão equiparados com os melhores do mundo”, declarou Lula, reafirmando mais uma vez a satisfação de encontrar seus “companheiros”. “O dia que eu não puder mais ir a uma fábrica, não terá valido a pena ser presidente da República”.

Para Lula, a visita à fábrica em São Bernardo é simbólica, porque o último presidente a visitar a Mercedes foi Juscelino Kubitschek, em 1.956. “Além das automobilísticas, quero visitar as pequenas empresas. Além das grandes fazendas produtivas, quero visitar os assentamentos. Além das grandes casas, quero ver os barracos em morros e encostas que desmoronam a cada chuva”.




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