Setecidades Titulo Revisão do projeto
Estado cogita alterar formato de modal da Linha 18-Bronze

Impedida de executar obra até dezembro, Secretaria de Transportes Metropolitanos diz revisar projeto

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
03/03/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Temeroso com a possibilidade de novos atrasos no projeto, o governo do Estado estuda mudanças no formato do modal a ser utilizado na construção da Linha 18-Bronze do Metrô, que ligará municípios da região à Capital. Embora a proposta já tenha sido sugerida anteriormente por colegiado de prefeitos das sete cidades, por meio do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, esta é a primeira vez que o Palácio dos Bandeirantes cogita drásticas alterações no esboço do projeto.

Anunciada em 2014, a construção da Linha 18 – que será feita por meio de PPP (Parceria Público-Privada) – previa inicialmente que o ramal a ser utilizado seria um monotrilho, projetado para ter 13 estações, saindo de Tamanduateí, em São Paulo, até o Centro de São Bernardo (parada Djalma Dutra), passando por São Caetano e Santo André. No entanto, com a dificuldade de executar a obra, segundo o secretário da pasta de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, alternativas como BRT (Bus Rapid Transit), que é um corredor de ônibus com maior capacidade e velocidade que um corredor convencional, estão sendo consideradas como opções de ligação do Grande ABC a São Paulo.

“Depois que assumimos e reconhecemos esse grande problema para poder iniciar as obras da Linha 18, estamos analisando os problemas do ramal para saber quais alternativas temos. Mas ainda não se tem estudos prontos do ponto de vista técnico e de análises para afirmar qual o melhor modelo”, explica Baldy.

Impedido de executar a obra até o dia 30 de novembro, devido ao vencimento do prazo de cinco anos do decreto que permitia a desapropriação de moradias no entorno da área por onde o ramal passará, o secretário afirma que ainda não há previsão para conclusão dos estudos. Porém, destaca que antes de qualquer aprovação do Estado, as sugestões de novos modelos serão discutidas pessoalmente com prefeitos do Grande ABC.

“Não vamos ser precipitados”, afirma o secretário, ao fazer críticas à morosidade do projeto em gestões anteriores. “O Estado já sofreu absurdamente por falta de planejamento e até mesmo por ousadia excessiva. Temos inúmeras obras em aberto e não quero contribuir de forma alguma para novos exemplos como esses.”

No mês passado, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou projeto de lei que prevê acesso a linhas de créditos nacionais e internacionais para desapropriação de imóveis e retomada de construção de linhas do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), entre elas a futura Linha 18-Bronze do Metrô,

Com a medida, o Estado tentará o aporte no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para iniciar a construção do ramal, que era para ter sido finalizada no ano passado e esbarrou no custeio de desapropriações.

 

Governo reduz verba para obras do ramal

 

Impedido de executar as obras da Linha 18-Bronze do Metrô até o fim de novembro, o governo do Estado reservou para este ano valor de R$ 40 em seu orçamento para as obras do ramal, que ligará o Grande ABC à Capital. É o menor valor já destinado pelo Palácio dos Bandeirantes para o projeto, que, em agosto de 2018, completou quatro anos que não sai do papel. A medida foi autorizada durante a gestão do ex-governador Márcio França (PSB).

O caso, denunciado em reportagem do Diário em novembro do ano passado, mostrou que a verba para Linha 18 já vinha sofrendo reduções nos últimos anos. No orçamento de 2017, foram reservados R$ 20,8 milhões para o modal. Para 2018, o valor caiu para R$ 1 milhão.

Com investimento original previsto em R$ 4,26 bilhões, conforme contrato de PPP (Parceria Público-Privada) assinado em 2014 junto ao Consórcio Vem ABC, o projeto de construção do monotrilho previa inicialmente investimento de R$ 252 milhões do Tesouro do Estado.

Em março de 2015, a Assembleia Legislativa chegou a aprovar pedido do Palácio dos Bandeirantes para contrair empréstimo internacional de US$ 182,7 milhões para custear as desapropriações do trajeto da Linha 18-Bronze, que teria 15 quilômetros de extensão, 13 estações e que passaria por São Bernardo, Santo André, São Caetano e São Paulo.

O aporte seria pleiteado junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), entretanto, a transação foi vetada pela Cofiex (Comissão de Financiamento Externo), ligada ao Ministério do Planejamento, que argumentou que o governo paulista não dispunha de saúde financeira para assinar contrato de empréstimo daquela natureza. Desde então, o Estado tem tentado outras alternativas para captação de recursos externos para iniciar as obras do ramal.




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