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Ameaçada, a palavra escrita resiste. Bravamente
Ademir Medici
31/01/2019 | 07:00
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“Djanira deu entrada no céu, descalça, com o hábito de carmelita, com a humildade daqueles que não sabem como chegar. Grande alvoroço de anjos e santos se fez à sua volta. E em meio a tantas perguntas, pela primeira vez, definitiva, ela afirmou: ‘Minha pintura não é ingênua. Eu é que sou’.”

Do livro Djanira, de Gesiel Junior e Fernandes, Taquaritinga (SP), Gril Gráfica e Editora, 2018. Uma obra- prima.

O programa Memória na TV desta semana, que entra no ar hoje pelo DGABC TV, mostra a composição do salão do quarto andar do edifício-sede do Diário do Grande ABC, semana passada, quando da abertura do Encontro São Paulo de Literatura.

Vicenzo Varin, produtor de TV do Diário, gravou as boas-vindas aos visitantes feitas pelo jornalista Evaldo Novelini, diretor de Redação. “É uma honra receber vocês, já que está no cerne do que costumamos fazer aqui diariamente”, disse Novelini.

O diretor lembrou que o Diário é um dos poucos jornais do Brasil a manter uma página diária dedicada exclusivamente à discussão em torno da memória.

Chama a atenção, na fala de Evaldo Novelini, a preocupação vivida hoje pela palavra escrita, que tem sofrido uma série de ameaças, não só no Brasil, mas em todos os lugares do mundo, daí a importância de se fomentar esse tipo de discussão.

Novelini enalteceu o esforço da jornalista Thais Matarazzo, que há quatro anos mantém uma editora voltada justamente a história, memória, literatura e poesia, à palavra escrita, enfim. E enfatizou a presença de representantes de seis das sete cidades do Grande ABC ao encontro – só faltou Rio Grande da Serra – mais São Paulo. Quem não pôde comparecer teria a oportunidade de conhecer os autores nos dias seguintes pela cobertura da página Memória. É o que vem ocorrendo, e prosseguirá nas próximas edições.

APENAS DJANIRA

Participou da abertura dos trabalhos o ilustrador, caricaturista, chargista e escultor Luiz Carlos Fernandes, que há muitos anos atua na Editoria de Artes do Diário. Fernandes, em parceria com o pesquisador e cronista Gesiel Júnior, estão lançando livro novo, Djanira, pintora marcante da história da arte no Brasil, que um dia disse: “Nunca pintei nada sem partir, antes, do desenho. O desenho é a disciplina. A cor, ah, essa é a poesia”.

Djanira é de Avaré, Interior de São Paulo, terra natal do Fernandes, que aos 13 anos entregava jornal pelas ruas da cidade e que hoje é um profissional das artes reconhecido dentro e fora do Brasil.

UM SARAU

Enquanto isso, o Encontro São Paulo de Literatura prossegue em várias frentes. Aberto no Diário, palmilha setores culturais de São Paulo, e o grande momento será em 9 de fevereiro, na Câmara Municipal de São Paulo, quando se realizará uma sessão solene comemorativa aos quatro anos da Editora Matarazzo.

Interação com Facebook

‘Um comunista entre defuntos e sepulcros’

Não se sabe se já nasceu vermelho ou se as cores da esquerda surgiram depois, diante dos olhos gulosos do poder.

Da crônica de Guido Fidelis publicada pelo Diário em 31 de janeiro de 1989. Confiram a íntegra no Facebook da Memória – acessem o endereço acima.

Diário há 30 anos

Terça-feira, 31 de janeiro de 1989 – ano 31, edição 6976

Manchete – Empresas repõem salários só com descongelamento

Comunidade – No encerramento do 3º Congresso Internacional dos Muçulmanos na América Latina, em São Bernardo, foi anunciado que as mulheres vão ter um congresso específico para discutir a cultura feminina na cultura islâmica.

Religiosidade – Um grupo de jovens católicos cercou o Cine Vitória, em São Caetano, gritou, esbravejou e distribuiu panfletos contra a exibição do polêmico filme A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorsese.

Futebol – O novo técnico do EC São Bernardo foi apresentado ao elenco, no Baetão. Antonino Assumpção pediu a colaboração dos jogadores e revelou que daqui para frente 95% dos treinamentos serão realizados com bola.

Hoje

Dia Mundial do Mágico

Em 31 de janeiro de...

1919 – Divulgada a nova diretoria da Associação Atlética São Bernardo, eleita em 15 de janeiro: presidente, João Colombo; vice-presidente, Dante Soncini; secretários, João de Lima e João Corazza; tesoureiro, Manuel Corazza; diretor esportivo, Constantino Tondi; capitães, Atílio Miele e Octavio Modolini; conselheiros: Secundo Modolini, Aldo Vergani, Dante Setti e José Pasin; suplentes: Mario Zanini e Humberto Coppini; fiscais: Henrique Colombo e Licinio Bonini; orador, professor Cassiano Faria, do Grupo Escolar de São Bernardo.

Nota – Falamos de nomes da juventude são-bernardense de 100 anos atrás. A AA São Bernardo marcaria época, mas não venceria a década de 1920. Seus dirigentes se dividiriam em outros dois clubes de raízes: EC São Bernardo (1928) e Palestra Itália (1935).

Paris, 30. Agência Havas. No anuário oficial da Santa Sé, de 1919, foram suprimidas as antigas denominações dos impérios áustro-húngaro e alemão. A Alemanha está dividida em regiões autônomas, como Prússia e Saxe. As dioceses de Metz e Estrasburgo figuram sob o título de Alsacia-Lorena; e Colônia, sob a denominação de antigo Estado alemão. A Hungria figura como Estado independente.

1969 – Presidente Costa e Silva assina o Ato Institucional nº 6, reduzindo de 16 para 11 o número de ministros do STF. O ato extingue os tribunais de contas dos municípios com menos de 500 mil habitantes. No Grande ABC são atingidos Santo André e São Bernardo, que perdem seus tribunais.

Santos do Dia

 João Bosco era italiano (1815-1888). Sacerdote e educador. Fundador das Ordens dos Padres Salesianos e das Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora. Patrono do cinema, das escolas de artes e ofícios e dos prestidigitadores.

Marcela. Padroeira das Criadas




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