O Desafio de Redação conheceu seu melhor texto desta temporada. Promovida pelo Diário e correalizada pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano), a 12ª edição do concurso literário teve como grande premiada Melyssa Gofredo Rocha, 17 anos, de Santo André, que se destacou entre 96.085 dissertações produzidas por alunos de 260 escolas da região sobre o tema "Uma Atitude Sustentável Pode Mudar o Mundo". A cerimônia que festejou os vencedores ocorreu na tarde de quinta-feira (22), mais uma vez no ginásio do campus Barcelona da USCS.

Com o primeiro lugar, a estudante do 3º ano do Ensino Médio do colégio particular Liceu Jardim foi premiada com bolsa de estudos integral na universidade são-caetanense. Seu sonho é cursar Relações Internacionais, com Medicina ficando como segundo opção. “A bolsa alivia muito a preocupação com o valor dos cursos”, comentou a adolescente após ter tido seu nome anunciado pelo comediante Renato Albani, responsável por ser mestre de cerimônias do evento neste ano.

A jovem escreveu seu texto em 28 de setembro. Com o título Atitude Sustentável Para Uma Realidade Insustentável, ela utilizou referências históricas, filosóficas e sociológicas para tentar mostrar a atuação do ser humano como transformador do mundo ao seu redor.

O projeto do Desafio de Redação 2018 teve patrocínio do Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental de São Caetano) e apoio da rede de academias Smart Fit.

Confira o texto vencedor:

Uma Atitude Sustentável Pode Mudar o Mundo

“No existencialismo de Sartre, um importante pesador francês, ‘o homem está fadado à liberdade’. Nessa teoria, todo acontecimento depende única e exclusivamente da escolha do indivíduo, sendo responsável por suas respectivas consequências. Quando menciona-se o meio ambiente ou o mundo geral, é impossível deixar o homem de fora, já que é o principal agente transformador. Com a atual degradação, nota-se que o homem está tomando decisões que ferem a coletividade, importando-se somente com seus próprios interesses, porém, com as escolhas certas é possível transformar o mundo em um lugar bom para todos.

A forma de produção insustentável não é tão atual, tem raízes um pouco mais profundas. Depois da Revolução Industrial inglesa, o maquinário se transformou na principal força de trabalho, permitindo com que a produção se tornasse mais rápida, em larga escala, utilizando muito mais recursos do que antes do período, degradando áreas naturais e liberando gás carbônico, o que acelera o processo de efeito estufa. Como é um sistema econômico que se auto regula, os grandes produtores não têm intenções de mudá-los, visando produzir mais e mais rápido, gerando lixo e degradação.

Além disso, há também o consumo exagerado que assola a sociedade. Apesar de fazer suas próprias escolhas, o homem também é um ser sociável, que sente vontade, necessidade de estar com os outros. Principalmente depois do século 20, o consumo se tornou sinônimo de felicidade, em uma sociedade doente por se encaixar nos padrões que geralmente são estabelecidos por uma elite de grande poder financeiro. Para suprir essa necessidade, a produção aproveita-se, estabelecendo itens que tornam obsoletos, instigando ainda mais a vontade pelo produto.

Nesse viés, o sistema de gastos e de consumos torna-se insustentável para o planeta e para a população. Entretanto, há esperança de mudanças, e ela depende da escolha de todos: é preciso escolher mudar para melhor. É preciso que se escolha trocar uma aula nas escolas para ensinar que a escolha do indivíduo pode salvar a vida de milhões, sendo apenas sustentável. É preciso que se aprenda a economizar recursos, mesmo que pareçam infinitos. É possível mudar o mundo quando todos se juntam pela causa.”