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Fábrica de Cultura segue inacabada em Diadema

Seis meses após a inauguração, unidade passa por obras; nova previsão de abertura é novembro

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
04/10/2018 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Entregue em março e com previsão de abertura para julho, a Fábrica de Cultura de Diadema – a primeira unidade fora da Capital – segue com portões fechados à população. Operários correm contra o tempo para finalizar os serviços de acabamento no prédio antes de novembro, novo prazo dado pelo governo do Estado para início das atividades culturais no espaço.

Orçado em R$ 16,9 milhões, o equipamento sequer teve a entrega do mobiliário realizada. Totalmente vazio, o edifício passa por obras de adequações em sua estrutura, tais como colocação de pisos especiais para atividades corporais, reparos em salas de música e aquisição de instrumentos musicais e insumos adequados à operação inicial.

O aparelhamento da estrutura, prevista inicialmente para ser concluída em julho e, posteriormente adiado para setembro, segundo funcionários, só foi iniciado na última semana, após conclusão do processo de seleção da OS (Organização Social) que irá gerenciar a unidade. “Depois que eles (Estado) inauguraram, só ficou o pessoal da segurança aqui. Funcionários começaram a aparecer no fim do mês passado, junto com os operários”, disse um colaborar sob condição de anonimato.

O atraso, segundo o governo estadual, ocorreu em virtude da demora na seleção da organização social, que ficará a cargo da administração do espaço. Tal processo só foi encerrado em junho e oficializado neste mês, com a consagração da Poiesis – Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura como vencedora do certame. A OS irá gerenciar as atividades da Fábrica de Cultura de Diadema até 2020 ao custo de R$ 6,4 milhões anuais. Para 2018, o montante será de R$ 3 milhões, valor destinado à aquisição parcial de móveis, às adaptações necessárias e à operação das atividades definidas em plano de trabalho.

Com o início das obras finais, a partir de agora, a previsão é a de que, na segunda quinzena deste mês, sejam promovidos encontros com o objetivo de apresentar a unidade a produtores, grupos artísticos e instituições da cidade.

A abertura do equipamento deverá ocorrer apenas em novembro, quando será feita a inauguração da biblioteca, onde será promovida série de encontros com autores e oficinas de exibição de filmes. No entanto, a programação cultural deverá ter início apenas em dezembro. Ao todo, 50 funcionários atuarão no espaço.

Frustrados com a demora da abertura da Fábrica de Cultura, moradores se dizem prejudicados com a situação. “Temos tantos jovens nas ruas, sem lugar para estudar e brincar, enquanto um equipamento deste está fechado. É uma tristeza”, disse a ajudante geral Maria de Fátima da Silva, 60 anos.

Na visão do comerciante Danilo de Souza, 32, moradores foram enganados. “Fizeram uma festa no início do ano e, depois que todo mundo foi embora, fecharam o portão e nunca mais abriram”, criticou, em relação ao evento realizado no fim de março com a presença do então governador Geraldo Alckmin (PSDB). O morador lembra que dias depois de inaugurar o espaço, o tucano renunciou ao posto para disputar a Presidência, cedendo o cargo ao então vice Márcio França (PSB). “O evento só foi bom para a vitrine dos políticos. Nós continuamos na mesma.” A unidade de Diadema é 11º do Estado. 




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