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Deficiente defende vaga em panfletos
Por Isis Mastromano Correia
Especial para o Diário
07/08/2007 | 07:02
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São 17 anos sobre a cadeira de rodas, boa parte desse tempo observando o desrespeito de quem insiste em utilizar indevidamente as vagas de estacionamento reservadas aos deficientes.

Depois de perceber que bate-boca só lhe desgastava, a auxiliar de Secretaria Sonia Regina Polez, 43 anos, de Santo André, resolveu produzir panfletos educativos sobre o uso correto das vagas. A idéia ocorreu há cerca de um ano.

“Começei a perceber que o confronto não levava a nada, apenas ao cansaço. Achei que a melhor maneira de chamar a atenção era entregar esse material”, conta Sonia.

Amiga - Se depois de parar em lugar reservado, um panfleto informativo aparecer em seu pára-brisa, é quase certo que Sonia passou pelo mesmo estacionamento que você. “Infelizmente, é muito comum ver as pessoas estacionando nas vagas que são destinadas aos deficientes”, diz Sonia. “O que falta é o olhar para o outro.”

Para realizar esse trabalho, ela conta com a ajuda da amiga Deise Luzia Martins Polistchuck, psicóloga, 53 anos, também moradora de Santo André. Deise, que não é deficiente, se mostra solidária à causa da amiga.

Quando a dupla pega o motorista em flagrante, entregam o folheto em mãos. Mas, em muitos casos, nem a atitude, nem a visão de Sonia na cadeira de rodas conseguem sensibilizar o infrator.

A experiência das duas mulheres revela que a falta de consciência independe da condição social do motorista. “Flagramos gente com carros maravilhosos, parando em lugar errado”, conta Deise.

De acordo com elas, as infrações são mais comuns em estacionamentos particulares, como os de shoppings. “Na rua há multa. Para os comércios, o que interessa é ter mais um cliente comprando. Os estabelecimentos resistem muito antes de chamar a atenção do infrator”, diz Deise.




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