A senadora Marta Suplicy anunciou ontem que abandonou a disputa pela reeleição ao Senado e também revelou que vai se desfiliar do MDB. Com isso, o movimento que o presidente da Câmara de São Caetano, Pio Mielo (MDB), fazia para ser suplente da chapa da emedebista naufragou.

Marta estava no MDB há três anos, após mais de três décadas no PT, por onde foi prefeita de São Paulo entre 2001 e 2004. Há meses a direção paulista do MDB tentava convencê-la em ser candidata a deputada federal, como puxadora de votos da sigla, mas ela batia o pé para tentar se reeleger ao Senado. A discussão se estendeu para além da convenção, realizada no sábado passado sem a decisão sobre candidatura ao Senado. Durante a semana, o nome dela foi cogitado como vice do presidenciável do MDB, Henrique Meirelles. Marta novamente rejeitou.

A agora ex-emedebista escreveu carta anunciando sua saída. “A relação de grande parte dos partidos e de parlamentares com o Executivo na base de nomeações e vantagens levou ao insuportável ‘toma lá dá cá’, afrontando todos os padrões de dignidade e honradez da sociedade. Esse sistema faliu e precisa ser, urgentemente, reformado.”

Após o anúncio de Marta, Pio declarou que sua missão nesta eleição será “se dedicar à campanha de Paulo Skaf ao governo do Estado, em especial no Grande ABC”. “Também trabalharei para o fortalecimento do meu partido e pela vitória na candidatura a deputado estadual de Thiago Auricchio (PR)”.

Pio elogiou Marta, embora acredite que sua desfiliação tenha sido “intempestiva e não partidária”. “Espero que o Estado tenha dois senadores que possam defendê-lo da mesma altura que ela fez.”