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Restituição ajuda tapar
os buraco das dívidas
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
18/06/2011 | 07:30
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A Receita Federal começou a creditar as restituições do Imposto de Renda de Pessoa Física. Seja qual for o valor, o primeiro passo indicado pelos especialistas da área financeira é pagar as dívidas.

Ao colocar os pesos na balança, o consumidor endividado tem vantagem liquidando seus débitos. Qualquer investimento disponível ao brasileiro não oferece retorno superior ao custo do crédito. E a conta é simples. O dinheiro vale mais exterminando os juros, que elevam bem mais ao mês do que o retorno dos investimentos.

"Independentemente do valor, quem tiver dívida provavelmente tenha taxa de juros maior que o investimento que vai dar de retorno. Então pague as dívidas", orientou o professor de Finanças da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, Mário Amigo.

Levantamento da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade aponta que um dos menores juros aos consumidores é o do Crédito Direto ao Consumidor dos bancos. Em maio, o custo médio deste empréstimo, utilizado em maioria para aquisição de veículos, era de 33,23% ao ano.

A caderneta de poupança, por exemplo, retorna cerca de 6% ao ano. E os títulos do Tesouro giram em torno de 12% ao ano de lucro bruto. Essas aplicações são consideradas seguras, com quase 100% de chance que o aplicador não perca parte do dinheiro investido.

Na ponta do lápis, dívida de R$ 1.000 atingiria R$ 1.332 em um ano, no CDC. O mesmo valor aplicado no Tesouro Direto acumularia R$ 1.120. Portanto liquidar o débito com o dinheiro da restituição, ao invés de aplicar, geraria economia de R$ 212. O resultado considera que o consumidor investiria o valor inicial para pagar a dívida em um ano.

IMOBILIÁRIO

O professor de Finanças José Ricardo Escolá de Araújo, da Universidade Municipal de São Caetano, Trevisan Escola de Negócios, Fundação Getulio Vargas e consultor da Federação Brasileira de Bancos, destacou que os juros dos financiamentos imobiliários são os únicos que não entram na conta. O percentual é, muitas vezes, inferior ao possível retorno dos investimentos. Neste caso pode ser boa ideia aplicar, mas contanto que o consumidor compare as taxas.

BOM PAGADOR

O aposentado andreense Nelson Ferraraz tem R$ 530 para restituir. Seu nome está no primeiro lote, que foi pago na quarta-feira. Suas dívidas estão controladas. "Penso em comprar um carro novo e vou usar o dinheiro (da restituição) para colocar insufilm, ou comprar algum acessório."

Ferraraz descartou a hipótese de investir o valor. "É muito pouco, não vale a pena", disse. Mário Amigo, da Fipecafi, afirmou que aplicar é a segunda opção para quem não está endividado. "Os CDBs dos bancos e os fundos de renda fixa são boas opções para o curto prazo", avaliou o professor. O consumidor pode contratar essas modalidades direto com o gerente do banco.

Escolá de Araújo explicou que o fundo de renda fixa tem facilidade para resgate, rende pouco mais que a poupança e também é seguro.




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