Política Titulo Problemas na Saúde
Diadema fecha 2017 sem regularizar exames por imagem no Quarteirão

Há pelo menos cinco meses a Fidi, firma responsável pelas atividades no equipamento, paralisou serviços por calote e situação não foi normalizada

Por Junior Carvalho
02/01/2018 | 07:00
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Ricardo Trida 15/12/14


A Prefeitura de Diadema, gerida por Lauro Michels (PV), fechou 2017 sem ter normalizado a realização de exames por imagem no Quarteirão da Saúde. Há pelo menos cinco meses, a Fidi (Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem), empresa contratada para administrar os serviços, retirou os equipamentos e os funcionários terceirizados do local por atrasos nos pagamentos do contrato e ainda nada foi solucionado.

Quatro meses depois de ter revelado o caso, a equipe do Diário voltou na quinta-feira no Quarteirão da Saúde e constatou que nenhum procedimento está sendo feito, como mamografia, raio X, tomografia computadorizada, densitometria óssea, ultrassonografia e biópsias. Segundo relatos de pacientes que tentaram utilizar os serviços, o município tem encaminhado os usuários da rede a outros hospitais públicos da região e só tem feito procedimentos em casos considerados graves ou urgentes, como ultrassonografia para gestantes em situação de risco.

O espaço reservado ao atendimento desses pacientes, no térreo do prédio do Quarteirão da Saúde, inclusive, já deu lugar a uma farmácia municipal. Quem chega ao local é informado que a situação não foi normalizada e que não há previsão para que o imbróglio seja resolvido. Em setembro, durante audiência pública realizada na Câmara, o secretário de Saúde, Luiz Cláudio Sartori, informou que o Paço havia colocado na rua processo licitatório para contratação de empresa que substituiria a Fidi. Três meses se passaram e, de lá para cá, o governo Lauro não contratou outra terceirizada.

Ventila-se que há a possibilidade de uma OS (Organização Social) absorver o serviço nos próximos meses e que a demanda de exames por imagem na cidade também poderá ser compartilhada com o hospital particular São Lucas, localizado no Centro. O estabelecimento é uma das unidades hospitalares privadas da cidade que possuem dívidas com o município. No mês passado, o governo Lauro publicou decreto regulamentando a realização de procedimentos médicos, como consultas e exames, em troca de abatimento de dívidas de pessoas físicas e jurídicas com a municipalidade, a exemplo do que foi adotado pela Prefeitura de Santo André.

Nem a Fidi nem o governo Lauro admitem o valor total da dívida. Dados do Portal da Transparência indicam que, em outubro, o Paço pagou cerca de R$ 450 mil referentes a mensalidades de abril. No total, só em 2017 a empresa já acumula R$ 1,8 milhão recebido da Prefeitura.

No caso dos serviços de ortopedia no Hospital Municipal, em Piraporinha, não foram paralisados, como havia ameaçado a A.G.H. Serviços Médicos, empresa terceirizada contratada para fornecer médicos, equipamentos e insumos. A firma reivindicava dívida de R$ 1,5 milhão referentes a atrasos em pagamentos. Funcionários da firma seguem atuando no equipamento normalmente.

Procurada, a Prefeitura de Diadema não se manifestou. Já Fidi, oficialmente, negou que os serviços foram interrompidos, a despeito de, no Quarteirão da Saúde, funcionários confirmarem os problemas.

“A Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem informa que segue prestando serviços médicos especializados de diagnóstico por imagem com equipe multidisciplinar em quatro unidades da Prefeitura de Diadema: Quarteirão da Saúde, Hospital Municipal de Diadema, UBS (Unidade Básica de Saúde) Eldorado e UBS Paineiras. São realizados exames de mamografia de alta resolução, raios X, tomografia computadorizada, densitometria óssea, ultrassonografia e biópsias, junto ao SUS (Sistema Único de Saúde)”, apontou a empresa, por meio de nota. 




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