Economia Titulo Seu bolso
Inflação do aluguel registra queda de 0,52% em 2017

Desaceleração, puxada pelos preços dos alimentos, diminui valores de contratos

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
29/12/2017 | 07:10
Compartilhar notícia
Divulgação/Agência Brasil


O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) registrou deflação de 0,52% no acumulado deste ano. Trata-se da segunda menor taxa acumulada em 28 anos – em 2009, a variação ficou negativa em 1,72%. O indicador, utilizado como referência em contratos imobiliários, pode diminuir os preços dos aluguéis. O indicador foi divulgado ontem pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Em dezembro o índice teve alta de 0,89%.

De acordo com o economista da FGV André Braz, a queda do preço do aluguel está mais associada à recessão econômica e à consequente queda da demanda por imóveis do que ao indexador usado no reajuste. E não são todos os contratos que se baseiam pelo IGP-M.

No entanto, aqueles aluguéis que são corrigidos pelo índice podem apresentar recuo no valor. Foi o caso da psicóloga Nirã dos Santos, que custou a acreditar que o aluguel do seu apartamento em São Caetano tinha diminuído 0,88%. Como seu contrato venceu neste mês, ele foi corrigido pelo IGP-M acumulado de novembro e, dos atuais R$ 1.065, ela irá pagar R$ 1.055 em janeiro – diferença de R$ 10 que, em um ano, representará economia de R$ 120.

“Quando recebi a carta da imobiliária, achei que fosse algum problema e, para minha surpresa, era um aviso de que o valor iria diminuir. Nunca tinha visto isso antes”, conta.

O recuo do índice foi puxado pelos preços dos alimentos que baixaram 0,48% em 12 meses. As matérias-primas brutas, por sua vez, registraram deflação de 11,35% ao longo de 2017 e, os produtos agropecuários, de 12,99%.

Conforme explica Braz, os preços relativos aos alimentos e as commodities agrícolas entraram em queda por causa das boas safras deste ano. “A agricultura ajudou bastante na redução desses índices de preços. As safras foram muito bem-sucedidas, houve uma regularidade maior de chuvas. Isso contribuiu para o movimento de oferta e consequente queda de preços.”

Por outro lado, ele destaca que o desemprego e a perda de renda das famílias fazem com que os efeitos da deflação não sejam tão percebidos pela população que, com menor renda disponível, passa a consumidor menos. (com ABr) 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;