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Ginástica rítmica de S.Caetano quer ajuda para ampliar títulos

Com títulos nacionais e sul-americanos, equipe depende de apoio dos pais para se manter competitiva

Marcelo Argachoy
Do Diário do Grande ABC
22/10/2017 | 07:20
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Nario Barbosa/DGABC


Na sombra do sucesso da ginástica artística em São Caetano, a ginástica rítmica também pede seu espaço. Embora menos conhecida, a modalidade tem equipe competitiva na cidade. Classificada entre as melhores do País, é atual campeã sul-americana, após vencer competição no Equador, e vice-campeã juvenil, ao perder apenas para a Bielorrússia em 2016.

A ginástica rítmica combina em suas apresentações música e artefatos como bolas, arcos e fitas. Na modalidade, as atletas são geralmente muito novas. A primeira categoria tem praticantes com idade entre 8 e 10 anos, e a adulta começa já aos 15 anos.

A equipe do Serc Santa Maria treina no Clube Esportivo Recreativo Bochófilo São José, no bairro Santo Antônio.Apesar de todas as conquistas do grupo, o principal apoio é dos pais das atletas. 

Além da equipe de alto nível, o Serc conta com escolinha de ginástica rítmica, que atende em torno de 300 alunas.

Por meio da venda de bolos e rifas, a APM (Associação de Pais e Mestres) busca levantar fundos para manter a equipe, arcando com uniformes, passagens aéreas e estadia nas competições internacionais. “Mesmo assim, arrecadamos em torno de R$ 2.000”, relatou Fabiana Cruz, diretora financeira da associação. “Não é muita coisa”, contou.

Com pouco apoio financeiro da Prefeitura, a APM irá arcar com os custos da viagem para competir no Pan-Americano de Clubes, que será disputado na Argentina, no fim de novembro. “No caso das inscrições, por exemplo, a administração municipal paga ocasionalmente”, afirmou Fabiana.

“Buscamos parceria para alguém nos ajudar. Está tudo muito limitado aqui. Temos o espaço, e as treinadoras recebem salário, mas as cinco assistentes ficam apenas com ajuda de custo”, disse Cristina Pessutti, presidente da APM. “Estamos quase perdendo estas cinco treinadoras.”

“É triste ver meninas tão talentosas, em todas as categorias, sem ter esse apoio”, lamentou Cristina. “Nós (os pais) que temos que fazer nossa própria divulgação.”

“Minha filha de 13 anos fez parte do time campeão mundial juvenil, e ela ficou triste por nem receber um parabéns da Prefeitura”, comentou Fabiana. 

Cristina compara o reconhecimento que a modalidade recebe com a importância dada ao futebol. “Na cidade tem faixas parabenizando (a AD São Caetano) pelo título da Série A-2, uma competição de nível estadual, e nada sobre o título sul-americano da ginástica rítmica”, afirmou a presidente da APM.

“Entramos, há dois anos, com projeto na Lei de Incentivo ao Esporte de Alto Rendimento e até agora não resultou em nada”, mencionou Fabiana. 

Um dos principais objetivos da APM é adquirir tablado próprio para a prática da ginástica rítmica – atualmente, o equipamento custa quase R$ 60 mil. Enquanto isso, as ginastas improvisam treinando em chão coberto por EVA grosso para amenizar o impacto dos saltos. “São meninas com muito potencial, mas temos poucos treinadores para trabalhar com tanta gente”, disse a professora Florencia Rodriguez.

A equipe já chegou a contar com treinadora estrangeira – a russa Ekaterina Pirozhkova, que trabalhou com as meninas no começo de 2015. Segundo Cristina, toda a rotina da gringa teve o apoio dos pais das ginastas. 




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