Longe do consenso entre a atual direção e os antigos líderes em Diadema, o PSDB estadual decidiu adiar a eleição para escolha do novo presidente do diretório tucano na cidade. Com isso, o atual mandatário, Mamede Rasoul Salem, segue como dirigente por pelo menos seis meses.

A eleição estava programada para acontecer no dia 8. Entretanto, o edital convocando o processo eleitoral ainda não tinha sido publicado – prazo limite era dia 23 – e havia risco de atrasar todos os trâmites para definição do novo presidente municipal.

O pedido para adiamento oficial do pleito em Mauá partiu do coordenador regional do PSDB, Márcio Canuto. “Consultamos o prefeito Orlando Morando (PSDB, São Bernardo), que também achou por bem postergar a convenção municipal. Essa direção fica por mais 180 dias”, comunicou Canuto.

A briga no PSDB de Diadema se escancarou quando o prefeito diademense, Lauro Michels (PV), se desentendeu com Morando. Os dois eram aliados políticos até o pleito de 2016.

A antiga direção – capitaneada pelo ex-prefeito José Augusto da Silva Ramos – era mais ligada a Lauro, porém ficou enfraquecida após o fracasso nas urnas em 2016, quando não elegeu vereadores e sequer brigou pela vice de Lauro. Com isso, houve intervenção no diretório e Mamede, ligado a Canuto e Morando, assumiu a sigla. Curiosamente, Zé Augusto se afastou, o que contribuiu para o racha ficar mais escancarado.

Os antigos dirigentes apostavam na eleição para retomar o comando do partido. O candidato seria o secretário de Segurança Alimentar, Atevaldo Leitão (PSDB), que teria o filho do ex-vereador José Dourado, Fagner Dourado, o Nego, como seu vice. Já o comando vigente ainda não detém o controle da máquina partidária – Mamede sequer fez campanha de filiação. Assim, havia possibilidade real de as antigas lideranças retomarem o comando da legenda.

Mamede e Leitão não retornaram aos contatos da equipe do Diário para comentar o imbróglio.