Críticas à tentativa de aumento no salário dos vereadores de Diadema em 2015, entidades que representam a sociedade civil organizada e até os trabalhadores, agora, defenderam o reajuste nos contracheques dos parlamentares. A mudança foi aprovada às pressas na sessão de quinta-feira e será aplicada neste mês, nos subsídios dos próprios políticos que a aprovaram. O impacto será de R$ 21 mil ao mês.

Consultados ontem pelo Diário, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Diadema, a ACE (Associação Comercial) e até o Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) evitaram criticar e até aprovaram o reajuste de 2,45% nos salários dos parlamentares, que passam dos atuais R$ 10.192,10 para R$ 10.441,80. “Eu considero justo. Os vereadores também são pais de família. Não tem nada de ilegal nem de imoral nesse aumento. Acho que, assim como os funcionários públicos, todos devem lutar por melhorias nos seus salários. E os vereadores também merecem esse aumento. Não foi um reajuste exorbitante”, avaliou a presidente da OAB diademense, Marilza Nagasawa.

Para a presidente da ACE, Vera Lúcia Rocha, o reajuste aprovado “parece justo” e o índice aplicado “é coerente com a realidade de Diadema”. “Este número não nos parece abusivo, mesmo porque todos os funcionários da Câmara, tanto efetivos quanto comissionados, também tiveram essa bonificação”, analisou Vera, em referência aos reajustes de 4,76% e de 7% para os servidores de carreira e apadrinhados, respectivamente.

Mesmo depois de ter de digerir 0% de aumento salarial para os servidores públicos da Prefeitura neste ano, o presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno, minimizou o aumento aos parlamentares. “É um direito que os vereadores têm. São dois Orçamentos diferentes (Câmara e Paço)”, contemporizou, ao emendar que a campanha salarial de 2017 do Sindema ainda não chegou ao fim. “Nós ainda temos uma conversa agendada para este mês”. A data base dos servidores públicos da cidade, porém, é março.

Na contramão dos órgãos, moradores de Diadema criticaram ferrenhamente o aumento nos salários dos vereadores. “Engraçado é que a cidade não tem sequer iluminação pública. Meu bairro é apagado. Não julgo os vereadores, pois eu também gosto de dinheiro”, comentou o leitor Flávio Leal. “Aí o munícipe fica desempregado e precisa usar o Quarteirão da Saúde e não consegue atendimento porque o contrato de manutenção dos aparelhos não foi renovado”, criticou Adelia Baptista Santos.