Política Titulo Mauá
Saída de Diniz pode acabar com Hurbam, que não efetivou projetos

Apesar de consumir R$ 10 mi em 4 anos, setor
corre risco de ser extinto na reforma de Atila

Por Humberto Domiciano
do Diário do Grande ABC
07/03/2017 | 07:00
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Montagem/DGABC


O ex-prefeito de Mauá Diniz Lopes (PSB) deixou oficialmente o comando da Hurbam (Habitação Popular e Urbanização de Mauá) na sexta-feira, o que reforça a tese de que a autarquia só foi reativada para fins políticos. Desde que foi resgatado, em 2015, o setor consumiu R$ 10 milhões do Orçamento para não efetivar projetos.

Criado em 2001 pelo então prefeito Oswaldo Dias (PT), o espaço serviria para fomento de políticas habitacionais da cidade, que sofre com ocupações antigas e moradias em áreas de risco. A autarquia foi reativada em 2015 por Donisete Braga (PT) para alocar Helcio Silva (PT). Helcio havia renunciado ao posto de vice-prefeito para assumir mandato de deputado federal, mas não conquistou a reeleição na Câmara Federal em 2014 e ficou com a vaga na Hurbam com salário de secretário: R$ 12.025,40

Desde o começo da gestão Diniz despendia seu tempo na articulação política. Era comum vê-lo na Câmara em dia de sessão ou na do prefeito Atila Jacomussi (PSB). Ele agora será chefe de gabinete do chefe do Executivo, também com vencimento do primeiro escalão.

Com a mudança, há possibilidade concreta do fim da Hurbam. O governo prepara reforma administrativa para os próximos meses e, de acordo com interlocutores do Paço, uma alternativa é encerrar as atividades da autarquia. Porém, pelo fato de o superintendente ter salário de secretariado, a gestão estuda se o espaço pode ser turbinado e oferecido a alguma força política da cidade.

Oficialmente, Atila não fala na extinção da Hurbam, que, na prática, tem a mesma função da Secretaria de Habitação, hoje administrada por Raimundo Cassiano de Assis, irmão do vereador Severino do MSTU (Pros).

De acordo com a lei 3.448/2001, que instituiu a Hurbam, 48 cargos foram criados, sendo 16 comissionados (sem concurso público) e 32 efetivos. A estrutura da autarquia compreende a superintendência e a diretoria de planejamento. O recurso é proveniente do Orçamento do setor e de convênios. Porém, o setor estava sem funcionários e sequer tinha espaço físico no Paço.

AJUSTES
A ida de Diniz Lopes para o gabinete do prefeito pode causar atritos no primeiro escalão. Circula no Paço mauaense a informação de que a relação entre Diniz e o secretário de Governo, João Gaspar (PCdoB), não seria boa. Ambos ocuparão espaços próximos, principalmente na interlocução com o Legislativo.

Atila Jacomussi, por sua vez, acredita que a relação entre os dois secretários será cordial após as alterações no governo.

Tanto Diniz Lopes quanto João Gaspar foram procurados pelo Diário, mas não quiseram responder sobre as mudanças no Executivo. 




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