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Crise compromete Carnaval 2017

Quatro municípios do Grande ABC já descartam
desfiles; festa só está garantida em São Bernardo

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
24/11/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


A crise financeira enfrentadas por municípios do Grande ABC e a necessidade de manutenção dos investimentos em áreas prioritárias, como Saúde e Educação, coloca em risco a realização dos desfiles de Carnaval na região no próximo ano. A três meses do evento, que será celebrado em 28 de fevereiro, somente São Bernardo, entre as sete cidades, confirmou a tradicional festa popular brasileira.

Sob a justificativa de enfrentar dificuldades orçamentárias, São Caetano, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires descartaram a realização dos desfiles de Carnaval em seus territórios em 2017, a exemplo do que já aconteceu neste ano. Rio Grande da Serra não retornou.

Em Santo André, embora haja compromisso do prefeito Carlos Grana (PT) junto às agremiações para a manutenção da festa, a administração não honrou compromisso de repassar a primeira parcela da subvenção destinada à Uesa (União das Escolas de Samba de Santo André) em agosto. A promessa é de que o montante de R$ 393 mil seja pago até 31 de dezembro.

A situação andreense preocupa a comunidade carnavalesca do município. “É muito complicado fazer um Carnaval em dois meses”, relata o diretor de Carnaval da Leões do Vale, Antonio Claudio dos Reis. Diretor de alegoria da agremiação, Geílton Nascimento da Silva, ressalta a dificuldade de promover desfile de qualidade em curto período de preparação. “Nós, por exemplo, ainda não fizemos nada, porque não tem verba.”

Atual campeã do Carnaval de Santo André, a Tradição de Ouro vive situação delicada. “Já investimos R$ 30 mil com algumas fantasias, mas ainda estamos nesse impasse se vai ter ou não desfile”, ressalta Luiz Roberto Britto Gomes, o Luizinho, presidente da agremiação.

Em Mauá, a Uesma (União das Escolas de Samba de Mauá) acredita numa mudança de cenário, embora o prefeito Donisete Braga (PT) já tenha descartado o Carnaval. A esperança é motivada pela troca de gestão municipal a partir de janeiro. “Durante a campanha, o Atila Jacomussi (prefeito eleito) firmou compromisso de retomar a festa. Acreditamos que o cenário pode mudar, mas precisamos sentar para conversar”, afirma a presidente da entidade, Meire Terezinha da Silva.

 

FESTA ALTERNATIVA

Em Diadema, a Prefeitura declarou que irá substituir, pela quinta vez consecutiva, os desfiles tradicionais por programação similar à realizada neste ano, com o resgate das marchinhas e dos blocos de rua. A expectativa é a de que nos próximos meses a administração trabalhe para conseguir parcerias para viabilizar o evento.

A Prefeitura de Ribeirão Pires, por sua vez, declarou que “a programação cultural de 2017, diz respeito ao novo governo que toma posse em 1º de janeiro”, o que, em tese, torna praticamente inviável a realização do Carnaval.

 

DISCUSSÃO REGIONAL

Proposta ventilada no início do ano pelo atual prefeito de Santo André, Carlos Grana, a realização de desfiles de Carnaval de forma regionalizada ainda está longe de se tornar realidade.

Segundo o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, para que o tema seja discutido, é necessário que a questão seja apresentada como demanda à entidade regional, o que não ocorreu até o momento.




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